15.11.12

Câmara de Piracicaba tenta impor restrições "ditatoriais" no plenário


A Câmara de Vereadores de Piracicaba está mostrando não só aos piracicabanos, mas ao Brasil inteiro como desprezam a democracia. Como nunca houve uma participação popular efetiva nas sessões do plenário, a "casa do povo" virou a "casa deles" e agora tentam de todas as formas coibir arbitrariamente essa participação que se tornou efetiva a partir do movimento Reaja Piracicaba. 

As atitudes, muitas vezes infantis, dos "nobres" edis mostram o desespero e despreparo destes em lidar com cidadãos que estão ali cobrando posições e vendo o que realmente fazem nas sessões. É ridículo ver que as pautas são majoritariamente preenchidas com moções de aplausos e denominações de ruas e avenidas da cidade. As ações do movimento Reaja Piracicaba, que basicamente pede a revogação do aumento vergonhoso de 66% no salário dos vereadores,acabaram chamando a atenção de pessoas que não acompanhavam pra isso também. Deve ser isso que deixou alguns vereadores incomodados, pois sempre foram acostumados a passarem quase despercebidos durante seus mandatos. 

Agora a mesa diretora da Câmara resolveu "reagir" ao Reaja tentando impor restrições internas ridículas para o acompanhamento popular das sessões. Dentre as mais absurdas e arbitrárias estão: 

- a proibição do uso de nariz de palhaço, bonés, chapéus e outros adereços que, sengundo eles, ridicularizem os presentes. Aqui está a primeira arbitrariedade contra a liberdade individual, pois cada um veste e coloca o que quiser sobre o corpo, desde que não atente contra o pudor. 

- a proibição de câmeras fotográficas, filmadoras e até captação de imagens por celulares dentro do plenário, pois segundo eles as sessões são gravadas, mas só poderá obter as imagens mediante solicitação dizendo onde será usada e o motivo. Eles dizem que fazem isso por temerem a manipulação das imagens, mas quem disse que eles também não poderiam manipula-las quando acontece algo, como a expulsão do cidadão que não se levantou durante a leitura bíblica, antes de libera-las? Isso é mais uma medida de cunho ditatorial. 

- a proibição de comportamento inadequado, trajes indecentes, portar faixas e cartazes que desacatam os vereadores. Quanto a esse item eu gostaria de saber qual o critério que será adotado para saber o que é comportamento inadequado? Não se levantar durante a leitura da Bíblia, por exemplo, é inadequado, o que ficou claro depois da expulsão do rapaz. Qual o critério para trajes indecentes? Antes podia entrar de bermuda, mas agora não estão mais permitindo, pois alguns que participaram das manifestações estavam de bermuda. O que seria desacato aos edis escrito em cartazes e faixas? Será que não poderemos nem manifestar a ironia nos cartazes? 

Com medidas autoritárias como estas, "Vossas Senhorias" estão reagindo contra o povo e contra a participação deste na casa que por direito é de todos. Mesmo com normas ditatoriais e tentativas de coagir quem os critique não vai calar quem exerce um direito constitucional e democrático que é a liberdade expressão. 

Abaixo está o vídeo do dia em que o cidadão foi expulso da Câmara, assim como o rapaz que estava filmando, como cidadão também, dentro do plenário. Vejam como foi a arbitrariedade e truculência de um dos vereadores que se exaltou contra o rapaz que filmava.
 

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30.10.12

A "Inquisição" se instala na Câmara de Vereadores de Piracicaba

A Câmara de Vereadores de Piracicaba se supera cada vez mais em suas atitudes autoritárias, anti-democráticas e arbitrárias. Quando cito toda a Câmara, é porque todos ali são coniventes e apoiam todas as ações da casa, via presidente João Manoel, contra os cidadãos que apenas exercem o direito de acompanhar e eventualmente criticar o que eles fazem por lá. 

Pois bem, depois que as manifestações do movimento Reaja Piracicaba, contra o aumento vergonhoso que essa atual legislatura da casa concedeu a próxima legislatura (onde a maioria, infelizmente, foi reeleita) de 66% em seus salários, eles começaram a se incomodar. Daí começaram a exigir documentação e identificação para acompanhar as seções dentro da Câmara e até em uma sessão tentaram coibir a entrada dos manifestantes colocando os próprios funcionários para ocupar a maioria das cadeiras. Foi vergonhoso essa última atitude citada e demonstrou como os "nobres" edis não estão acostumados com a democracia. 

Agora, se não bastasse tudo isso, as "Vossas Senhorias" também parecem não tolerar quem não é cristão e durante a oração em plenário, quem não obedecer é retirado, mesmo que seja a força. Isso ocorreu ontem, segunda-feira (29/10/12), onde um cidadão foi retirado a força por policiais só porque não quis se levantar durante a leitura de um trecho da bíblia. A iniciativa partiu do presidente da Câmara, João Manoel (o mesmo que tachou manifestantes de drogados e vagabundos), que ordenou que o rapaz fosse retirado. E se o homem fosse de outra religião? Seria um caso também de intolerância religiosa! Absurdo!


Parece que os vereadores, principalmente o presidente da casa, se esquecem que o estado é laico e que a questão da retirada a força do cidadão também parece ter outros motivos. O diretor jurídico da Câmara quis justificar ainda dizendo que era constitucional, pois o regimento interno prevê essa leitura bíblica. Não sou advogado, mas sei que não interessa se o regimento interno diz isso, pois a Constituição Federal se sobrepõe e garante a separação entre estado e instituições religiosas. Logo, o regimento está em desacordo com a própria Constituição.

Logicamente que depois do incidente, tentaram usar outra desculpa ridícula ao dizer que o rapaz retirado estava fazendo "baderna" e "tumultuando" a seção. Tudo para tentar justificar o injustificável. 

A questão é que qualquer pessoa pode ficar do jeito que quiser, desde que não atente contra o pudor, durante a leitura de um trecho bíblico em um lugar público. Mas os novos inquisidores de Piracicaba não quiseram nem saber e colocaram um cidadão a força para fora por não "respeitar" a leitura. Acho que nem em uma igreja durante missa ou culto deve haver esse tipo de comportamento de padres e pastores. A não ser, é claro, os mais radicais. 

Portanto, a Câmara não é uma igreja e nem deve se parecer com uma, pois a Constituição é clara nesse quesito e o comportamento dos nobres edis foi totalmente errado, estúpido e intolerante.  




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30.9.12

Ofensiva religiosa na reta final das eleições em Piracicaba

Não é de hoje que setores das igrejas, tanto evangélicas quanto a católica, influenciam e fazem parte da política no Brasil. Os interesses são enormes e vemos todos os candidatos terem que agradar a todas as partes religiosas envolvidas, pois sabem que o poder de mobilização de padres e pastores, por exemplo, é grande. Ainda mais se a instituição da própria igreja for contra ou a favor de candidatos ou partidos. Cada vez mais os membros das igrejas cristãs, principalmente das chamadas "neo-pentecostais", estão se elegendo com uma verdadeira pregação conservadora e retrógrada.
Os temas mais polêmicos que entram em colisão com os setores religiosos são o aborto e os direitos de reconhecimento da chamada "comunidade LGBT (Lésbicas,Gays,Bissexuais,Travestis,Transsexuais e Transgêneros). 
Pois bem, em 2010, a campanha política presidencial foi contaminada pela radicalização de setores de algumas igrejas contra a candidata Dilma Roussef devido as posições históricas do PT em relação a esses temas. Lembro que ouvi e vi (principalmente nas correntes de e-mail) de tudo, como por exemplo, que a Dilma iria "aprovar o casamento gay" e que iria "legalizar o aborto". Na época, José Serra aproveitou isso e atacou a adversária, pois quem não se lembra da cena de um parto e um bebê chorando na propaganda dele, jogando sujo como sempre.
Agora em 2012, a ofensiva religiosa voltou nas campanhas municipais com candidatos das próprias igrejas ou apoiados literalmente por algumas destas. Além disso as campanhas delirantes e difamatórias voltaram junto. 
Aqui em Piracicaba, temos um candidato a prefeito que é pastor e vários outros, também pastores, candidatos a vereador na cidade. Hoje recebi um panfleto que foi colocado em carros estacionados na frente de uma igreja católica, a qual reproduzo abaixo:
Fiquei impressionado com o nível que chegou esses que podem ser chamados de radicais. O alvo agora é somente o PT, pois esse seria contra a tal "lei moral" que esses católicos acreditam. Então pedem para que ninguém vote em candidatos do partido, fazendo assim uma militância política suja e baixa. 
Não sei qual o medo destes radicais aqui em Piracicaba, pois o PT quase não tem representação política aqui e seu candidato a prefeito está bem longe do candidato oficial da prefeitura, que pertence ao partido hegemônico da cidade que é o PSDB. 
Lendo a carta, no final, aparece o link do site de um tal de Padre Paulo Ricardo, o qual fui conferir pra ver do que se tratava. Depois de ver o referido site fiquei mais impressionado ainda em ver como um padre como este consegue ser tão fanático e pregar tanto ódio com tanta desinformação e ignorância. Pra se ter uma ideia do nível do site, há um vídeo onde diz "como se livrar do vício da masturbação?"!!! 

Como percebe-se na foto acima, é do site desse padre que foi tirada a carta que foi distribuída nos carros na frente da igreja. Tem até vídeo dizendo do "por que" não votar no PT! Como diz no site que é pra assistir e divulgar, parece que os radicais católicos aqui de Piracicaba levaram ao pé da letra e imprimiram o "manifesto" (opa, isso é coisa de comunista!rsrs) para divulgar dessa forma há uma semana das eleições municipais.
Portanto, essa campanha político-partidária desses católicos mostra o grau de alienação que alguns chegam, pois se esquecem que o estado é laico. Sei também que esse delírio e insensatez em relação ao PT não é exclusividade destes radicais católicos, mas é compartilhado por radicais de outras igrejas e também de pessoas que ainda vivem com a sombra e paranóia do "perigo vermelho" na cabeça.


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24.9.12

PSDB: campeão dos "fichas-sujas" e a mídia

Uma notícia dada sem alarde e sem qualquer pré-julgamento a um partido político é a que trata de uma pesquisa sobre candidaturas impugnadas para as eleições para prefeito deste ano. Com base na recente lei Ficha Limpa, 317 políticos no Brasil foram impedidos de seguir com as respectivas candidaturas em seus municípios. Analisando os partidos com mais políticos condenados, entende-se o porque da notícia não ter sido escandalizada pelos grandes meios de comunicação. 
Destes 317, o partido líder no número de políticos impugnados é o PSDB, com 56. Se você é daqueles que só lê a revista Veja, os jornais Folha, Estadão ou Globo e termina por acreditar piamente no Jornal Nacional deve estar estranhando, não é? Garanto que você esperava outro partido líder nesse quesito, mas para quem é assim pode parecer uma surpresa. Pois bem, o PMDB (maior partido político do país) é o segundo com 49 barrados e o PP é o terceiro com 30. O PT, para quem é alienado pela grande mídia e acha que o partido é a personificação do mal e da corrupção no país, é o oitavo colocado com 18 condenações. Longe de justificar ou querer "santificar" um partido, mas isso serve para demonstrar o partidarismo com que a imprensa no país trata questões sérias como a corrupção. 
Desde o governo Lula, a maior parte dessa imprensa adotou o PT como inimigo e se associou de vez aos partidos da oposição, principalmente ao PSDB. Mesmo que alguns não acreditem haver diferenças entre partidos, essa mídia faz a diferença entre eles. 
Diante desse fato é só evidenciar e observar criticamente o posicionamento dessa imprensa quando algo associado a corrupção envolve o Partido dos Trabalhadores. A gritaria é geral e começa pelos portais da internet destacarem a notícia envolvendo o partido e seguido nas principais manchetes dos jornalões, capas de algumas semanais e finalmente dada com muita ênfase pelos principais âncoras dos telejornais. Não para por ai, pois não se esqueça que daí vem o pré-julgamento sentenciando a pecha de corruptos ao partido por editoriais, articulistas e até comentaristas dos jornais televisivos. 
Na época de eleições, como estamos vivendo agora, não é difícil perceber como, por exemplo, a imprensa paulista está associada a candidatura de José Serra (PSDB) produzindo manchetes para o mesmo até usá-las nas suas propagandas. 
Aliás, estamos entrando em uma nova fase de oposição, onde parte do Superior Tribunal Federal (STF) parece ter entrado no jogo político junto com os partidos de oposição ao governo federal e a grande imprensa. Não é mera coincidência o julgamento do "mensalão" ser feito bem nessa época e fatiado para coincidir certinho com os dias anteriores ao dia da votação. Sem falar na pressão dessa imprensa sobre os ministros para a condenação dos políticos envolvidos e principalmente para atingir politicamente o PT visando as eleições municipais. 
Essa mídia martela há anos que o PT é o partido símbolo da corrupção e muitas pessoas acabam acreditando nisso, pois fazem uma análise superficial e alienada do tema. Usam como base o número de notícias negativas veiculadas ao partido e não levam em consideração o partidarismo e manipulação dessa imprensa. Aliás, alguns órgãos de comunicação, como a revista Veja, viraram panfletos ideológicos sectários onde usam até a linguagem chula para atacar seus adversários políticos. A revista ainda conta com articulistas que utilizam de uma delinquência mental verborrágica para isso, onde se destaca o blogueiro (tido como o esgoto do jornalismo brasileiro) Reinaldo Azevedo, o qual cunhou o termo pejorativo e infantil "petralha", em alusão aos irmãos metralha e o PT. Com essa notícia, esse termo cai por terra, pois o partido que o blogueiro tanto defende é o campeão de impugnações na justiça eleitoral. Sobre isso o excelente jornalista Paulo Moreira Leite (que ainda é uma exceção na grande imprensa) fez uma análise certeira sobre isso onde diz que "Petralha é Lenda".
Portanto, se essa notícia tivesse o PT como líder dos partidos com politicos "fichas-sujas", a repercussão na imprensa teria sido totalmente diferente e escandalosa. E isso evidencia o partidarismo desta quanto a conduta moral e ética dos partidos.

OBS: Quando faço essa observação crítica do comportamento da mídia em relação a diferença de tratamento dada à alguns partidos, muitos me tacham de "petista" ou o termo pejorativo cunhado pelo blogueiro da Veja. Lembro que nunca fui filiado a nenhum partido político e sobre esse comportamento midiático, o ideal não é favorecer partido A ou B, mas sim buscar um equilíbrio sobre as notícias e proporcionar aos leitores e telespectadores a diversidade de opiniões existentes quanto aos temas tratados.

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3.9.12

Reaja Piracicaba e o Barjismo

A edição do Jornal de Piracicaba (JP) do dia 10/08/12 me deixou intrigado ao ver o momento político que Piracicaba vive. De um lado, algo quase inédito por aqui, um movimento de contestação, o Reaja Piracicaba (movimento popular que questiona o reajuste de 66%, de R$ 6.568 para R$ 10.900/mês, para os vereadores da próxima legislatura), o qual causou embaraço na Câmara de Vereadores de Piracicaba, levando-os  a tomar atitudes ridículas como a de pedir identificação para entrar no plenário e seus funcionários ocuparem os lugares antes do começo da sessão.  De outro lado, a bajulação e o “puxa-saquismo” barato e oportunista de alguns em relação ao prefeito Barjas Negri (PSDB) e até ao governador do estado (do mesmo partido do prefeito), o que é legítimo, mas que demonstra, no caso municipal, o sintoma de idolatria política do “barjismo”. Aliás, o "barjismo" é um fenômeno populista piracicabano que foi alavancado pela propaganda oficial da prefeitura através de inaugurações de obras (principalmente as que beneficiassem os carros) e que levou à um certo "endeusamento" do prefeito Barjas, o qual se tornou ilibado para os barjistas. 
Voltando a edição do JP, teve até demonstração explícita desse “puxa-saquismo” de um militante partidário, que é funcionário da prefeitura, em relação ao chefe! Será que é medo de perder, talvez, a famosa “boquinha”?  
Piracicaba vive há 4 anos o pior momento político, onde a prefeitura fez e faz o que bem entende, pois tem nas mãos quase 100% da câmara de vereadores. Sem questionamentos e investigações que realmente fiscalizem as ações do executivo, Piracicaba conta com poucas vozes críticas, o que se resume talvez as recentes ações do Ministério  Público, a internet, o espaço da carta de leitores do JP e artigos no jornal A Tribuna Piracicabana. Mas parece que a classe política piracicabana ficou tão desacostumada com críticas que recorre a cartas respostas evasivas no JP e outros acionam até a justiça contra a liberdade de expressão da internet.  
Há vereadores aqui que fazem do cargo uma carreira profissional, pois alguns estão indo para o 5º mandato seguido! Já teve até vereador que, sem pudor nenhum, já declarou abertamente que é normal a compra de votos.
Portanto, o movimento Reaja Piracicaba é um bom instrumento para levantar essas questões também e mostrar que a cidade não é a perfeição imaginada pelos adeptos do barjismo.

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27.8.12

Marighella - "Mil Faces de Um Homem Leal"

Acabei de ver o novo clipe do maior grupo de RAP do Brasil, Racionais MC´s, sobre o revolucionário Carlos Marighella e me surpreendi com a excelente música que o rapper Mano Brown, mais uma vez, conseguiu fazer. A letra e o clipe fazem uma conotação com as aspirações revolucionárias de Marighella com o cotidiano atual dos trabalhadores e pobres do Brasil. Mano Brown sintetizou muito bem esse espírito revolucionário de Marighella na letra e trouxe ao conhecimento não só do RAP, mas também de todos os marginalizados das periferias do país. 
Marighella foi personagem importante na luta armada contra a ditadura militar e até hoje desperta ódio e preconceito daqueles que até hoje apóiam o regime militar. Como todo opositor, ainda mais da luta armada, é tido como terrorista por estes incautos que apoiaram uma corja militar assassina e torturadora que tomou o poder ilegalmente em 1964 no Brasil. 
Para muitos ele pode parecer radical, mas ele lutou até o fim pelo justo e contra uma tirania, a qual conseguiu atrasar o país mantendo a desigualdade, injustiças, corrupção e violência que perduram até hoje. 
A música e o clipe (abaixo) fazem parte da trilha sonora do filme "Marighella" que ainda vai estrear em outubro de 2012 no Brasil. Confiram!

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9.8.12

O RAP contra a hipocrisia de Serra. E agora José?

O Rap no Brasil é ainda um estilo musical que segue sua essência que é a de contestar e denunciar o poder e os poderosos em geral. Não é a primeira vez que destaco aqui alguns rappers que conseguem traduzir em suas letras e rimas a realidade e aquilo que muitos queriam dizer e não conseguem. 
O vídeo abaixo é do rapper conhecido como Mamuti 011 e foi feito em resposta as mentiras do candidato à prefeitura pelo PSDB, José Serra. Ele partidarizou a conquista de espaço para o rap em um centro cultural dizendo que foi decisão dele. Isso motivou o protesto do rapper e daqueles que sabem que isso se trata de mais uma mentira de Serra e seu partido. Aliás, é sempre bom lembrar o histórico mentiroso de Serra, pois foi o mesmo que prometeu não deixar a prefeitura de São Paulo no meio do mandato e dois anos depois ele fez exatamente isso e se candidatou a eleição presidencial. É a obsessão pelo poder que faz de Serra um dos candidatos que joga mais sujo nas eleições, sempre contanto com o apoio da grande imprensa, principalmente a paulista. 
A música foi feita para contestar a versão do candidato e o autor também aproveitou e fez o clipe com várias comparações e caricaturas de Serra coletadas da internet. Em uma das figuras aparece Serra e Hitler lado a lado. A liberdade de expressão, ainda mais no rap, garante ao autor essas comparações. 
Pois bem, como estamos no meio do processo eleitoral, um site ligado à candidatura de Fernando Haddad (PT) disponibilizou o vídeo e por isso causou polêmica na imprensa, mas não devido à mentira de Serra e as críticas do rapper. A imprensa paulista, no caso a Folha de S.Paulo , alardeou devido a associação da imagem de Serra e Hitler e não sobre a mentira do candidato. Isso mostra o total engajamento político-partidário da Folha em trabalhar incessantemente pela candidatura Serra. É quase que um porta-voz do candidato, assim como o resto da grande imprensa brasileira. 
Com isso logo acusaram o PT de comparar Serra à Hitler. A polêmica deu no que Serra queria, que é sempre se fazer de vítima e através da imprensa aliada atacar seus adversários jogando a pecha neles de jogo sujo. Serra parece estar um pouco incomodado devido a sua alta rejeição mostrada nas últimas pesquisas e demonstra que não gosta de ser confrontado. E o pior é a polêmica ser apenas por uma imagem e não sobre o motivo que levou a música ser feita. 
Confiram o vídeo desse excelente rap do Mamuti 011.

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1.8.12

Resposta ao Governo do Estado

Parece que o governo estadual paulista não gostou das minhas críticas no meu último artigo sobre os nefastos pedágios do estado, o qual publicado no jornal A Tribuna Piracicabana. Abaixo está a reprodução do meu artigo e da resposta do governo do estado:
O Governo do Estado de São Paulo tenta, na resposta (01/08) ao meu artigo sobre os abusivos pedágios e o novo sistema de cobrança Ponto a Ponto, mais uma vez ludibriar os cidadãos paulistas. A assessoria do governo diz que o Ponto a Ponto não afetará os trechos urbanos das rodovias pedagiadas e vão fazer de tudo para os motoristas não serem mais lesados pelos pedágios. Devido ao histórico de promessas não cumpridas de todos os governadores tucanos, ainda mais na questão dos pedágios - como recentemente citei no texto anterior, onde Alckmin disse que revisaria os preços, mas o fez para cima – não se pode confiar na palavra do governo do estado. Esse mesmo governo também disse que não haveria pedágios no rodoanel e logo depois de inaugurado o encheu de praças de pedágio. Assim como pedagiaram as marginais da rodovia Castello Branco na região metropolitana de São Paulo, onde deixaram a população sem alternativas. 
Portanto, o que diz o governo do estado em relação aos pedágios não se leva a sério e por isso a relação com o personagem Pinóquio cai muito bem. Aliás, desrespeitoso é o governo paulista e seu líder prometerem e não cumprirem e, pior ainda, lesarem mais ainda o bolso dos contribuintes do estado. 
Sobre a arrecadação, no meu artigo escrevo o que é público e vergonhoso o total da arrecadação de R$ 6,8 bilhões pelas concessionárias do estado no ano passado. Com o novo sistema, poderá sim aumentar a arrecadação se houver a cobrança nos trechos urbanos, pois devido ao histórico mentiroso desse governo, o que se espera é que a sanha privatista dos tucanos beneficie mais uma vez somente as concessionárias. A falácia da diminuição do preço no sistema novo esconde a política subserviente deste governo em relação aos grupos que controlam os pedágios, pois deixaram os preços subirem a níveis estratosféricos para depois enganar e dizer que agora está “barato”, mas que na verdade continuam caros. 
As minhas críticas tem viés partidário sim, pois como escrevi, a proliferação descontrolada de pedágios é política de governo do PSDB, o qual faz questão de elaborar contratos que beneficiam as concessionárias e lesam os paulistas. E tem o agravante de o mesmo partido estar no poder aqui no estado há quase 20 anos e que durante todo esse tempo só se importa com o bolso cheio dos empresários que controlam essas concessionárias. Mas faço as críticas como cidadão comum que exerce o direito a liberdade de expressão e não como militante partidário.

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20.7.12

Pinóquio Alckmin e o engodo dos pedágios

O governador Geraldo Alckmin pode ser comparado tanto esteticamente quanto no que diz respeito principalmente à mentira ao Pinóquio. Alckmin, na campanha de 2010, prometeu que revisaria os preços abusivos dos pedágios no estado de São Paulo. Ele fez isso, mas permitiu que os preços fossem revisados para cima. 
Para piorar, seu governo está implantando novo modelo de cobrança de pedágio, chamado ponto a ponto, que é através da leitura de chip nos carros e que seria mais “justo” porque irá cobrar somente pelo que andou o motorista. Na verdade o governo paulista e as empresas que administram as rodovias paulistas promovem um engodo ao falar disso, pois primeiro permitiram que os preços chegassem a valores extremamente caros, para depois de implantar esse sistema, parecer que ficou mais barato, devido à economia feita. 
Outro efeito que implicará esse novo sistema é que o mesmo passará a cobrar pedágio de trechos de rodovias que ficam dentro do perímetro urbano. Ou seja, as rodovias que são usadas como vias urbanas serão pedagiadas, fazendo com que o número de motoristas que irão pagar pedágio aumente exponencialmente. Um exemplo é a rodovia Dom Pedro 1º que em Campinas, liga a cidade a shoppings e bairros e vai obrigar os motoristas a pagar para trafegar dentro da própria cidade. 
Logicamente que o governo tucano não iria permitir colocar um sistema de cobrança que diminuísse o vergonhoso e exorbitante lucro que as concessionárias obtêm todo ano com os pedágios. Para ter uma noção de como o contribuinte paulista é lesado, a receita total dessas concessionárias que atuam no estado paulista no ano passado (2011) bateu recorde e atingiu R$ 6,8 bilhões. Aliás, essas empresas são as que apresentam maior rentabilidade entre todos os setores da economia e chegam a superar até bancos, como é o caso da concessionária EcoVias que teve crescimento de 69% em 2011. 
Não é para menos, pois com os lucros exorbitantes com a cobrança de preços absurdos e a diminuição dos investimentos nas rodovias, que vem decrescendo desde 2009, não tem como não ser rentável. Tudo garantido por um governo subserviente que fez e renova contratos feitos sob medida para atender aos interesses somente dessas empresas e também garantir o apoio financeiro nas eleições ao seu partido. 
Os pedágios são políticas de governo do PSDB, que possui um elo muito forte com as concessionárias em detrimento do interesse da população do estado de São Paulo. Como deixam as concessionárias cobrar o que querem faz com que os paulistas arquem pesadamente com os custos das rodovias pedagiadas e ainda sofram com o descaso do próprio estado que não cuida das outras rodovias que ainda estão sob seus cuidados. Sem contar que o preço abusivo dos pedágios reflete até nos preços de mercadorias no estado, pois o transporte destas fica mais caro e acaba entrando no aumento do preço final dos produtos. 
Não dá para ficar comprando o falso argumento do governo tucano paulista, que tenta justificar o assalto que é o preço dos pedágios no estado, dizendo que as estradas são boas. Isso é o mínimo e sempre temos que lembrar que a maior parte das obras de ampliação e melhoramento das rodovias foram feitas anteriormente pelo próprio estado, o qual depois deu de mão beijada para as concessionárias. Não é possível achar normal e justo pagar R$ 21,20 em uma única praça de pedágio para descer para Santos (o que dá R$ 0,33 por quilômetro!) ou pagar R$ 7,70 para trafegar em rodovia de pista simples e mal conservada ao rodar menos que 30 quilômetros. 
Portanto, Alckmin demonstrou, mais uma vez, que não tem palavra e vai onerar ainda mais o bolso dos paulistas com o novo sistema de cobrança aliado aos preços extorsivos cobrados pelas concessionárias. E assim o PSDB vai para 20 anos no poder no estado com essa política suja e mentirosa.

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5.7.12

Lula, a foto e a cara de pau do PSDB

O jogo político das eleições começou e notabilizou-se por uma foto que resume o chamado “pragmatismo político”, o qual se faz para conseguir chegar ao poder ou se manter nele. A foto de Lula, Fernando Haddad(candidato a prefeito de São Paulo pelo PT) e Paulo Maluf (PP)rendeu muita indignação nos militantes do partido, setores da esquerda e críticas de todos os lados. A foto, exigida por Maluf à Lula, foi o grande problema e pode ser o tiro no pé dado pelo ex-presidente nas eleições da cidade de São Paulo. Tudo por pouco mais de 1 minuto na campanha eleitoral na TV para tentar alavancar Haddad.
Lula foi esperto ou se precipitou demais, pois sabia que a imprensa cairia em cima da foto e alardearia isso para o país todo para tentar constranger seus eleitores e logicamente dar munição para a campanha de Serra. Pode ser também que Lula sabendo disso, correu o risco, mas conseguiu fazer o seu candidato ter exposição antes da campanha oficial. A foto fez com que Luiza Erundina (PSB) deixasse a chapa que faria com Haddad, pois ela sabia do apoio do partido do Maluf. Erundina que sempre foi escrachada por boa parte da imprensa paulistana, de repente, virou exemplo e só assim deram algum espaço para ela se manifestar.
O candidato José Serra (PSDB) aproveitou o momento para criticar a aliança e tentar tirar uma “casquinha” do momento de rechaça que a foto causou em muita gente. Serra é obcecado pelo poder e nas campanhas joga sujo e baixo e ainda conta com apoio total da grande imprensa brasileira, principalmente a paulista. A desfaçatez e mentiras propagadas por Serra só se mantém devido a esse conluio total com a imprensa aliada. Não adianta lembrar que ele assumiu compromisso em 2004 dizendo que não deixaria a prefeitura de São Paulo e 2 anos depois ele deixou a prefeitura e disputou a eleição presidencial. Agora ele se faz de desentendido e a imprensa o apoia.
Na questão Maluf, Serra e seu partido são muito “caras de pau” para quererem dizer algo sobre a aliança com o PT nas eleições municipais paulistanas.
Primeiro porque Maluf e o antecessor do Partido Progressista (PP), o PPB, foi da base do governo FHC e o apoiou diretamente, também com foto e tudo, nas eleições presidenciais de 1998, como demonstram as imagens abaixo. Aliás, o PP também faz parte da base do governo federal desde o primeiro mandato de Lula.
Segundo, porque Maluf apoiou pessoalmente Serra nas eleições de 2010, mas apenas não fez nenhuma foto constrangedora. Apesar de que se fizesse a mídia não iria dar ênfase e possivelmente até a esconderia. Terceiro, porque o PP faz parte do governo Alckmin no estado de São Paulo onde possui a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a qual foi negociada diretamente por Alckmin e Maluf visando o apoio a reeleição do tucano em 2014 no estado.
O apoio do PP de Maluf e seu precioso tempo de 1min35s na TV já estava sendo disputado nos bastidores pelo PT e PSDB. Dizem que Serra até teria ficado irritado quando soube que seu partido não tinha conseguido o apoio do PP para sua candidatura e ainda tê-la perdido para o PT. Mas depois da foto e o efeito negativo desta, Serra se sentiu a vontade para mostrar-se como “bom moço”. 
A crítica feita pelos partidos de esquerda à foto de Lula e Maluf é válida e certeira. Avalio que Lula errou e com isso perdeu uma vice incrível, com história e idoneidade, o que não se aplica ao Maluf. Outro erro é que o apoio de Maluf não transfere votos dele para Haddad, mas sim para Serra. 
Agora, quando a crítica é feita pelo PSDB e seus capachos na imprensa , são claramente oportunistas e ridículas devido aos fatos já mencionados. Vale lembrar que mesmo Maluf sendo sempre ridicularizado e acusado de ser corrupto, foi eleito deputado federal em 2010 com meio milhão de votos dos paulistas, os quais se dizem sempre “bem informados” e “inteligentes”. Garanto que muitos desses malufistas que agora tiram sarro e se mostram indignados, votariam nele se estivesse concorrendo a prefeitura de São Paulo. Serra e seus eleitores que enchem a boca pra falar da foto de dois antigos inimigos políticos agora darem as mãos, é bom lembrar que Serra fez isso em 2010 com ninguém menos que Orestes Quércia. 
Portanto, Lula errou ao tirar a foto com Maluf e mostrou que o jogo político é jogado para favorecer o projeto de poder. O mesmo é valido para Serra e sua claque que quer posar de moralista e ética, mas que em busca do mesmo objetivo também queriam o apoio de Maluf. A mídia tenderá a prejudicar todas candidaturas que ameaçarem Serra com sua habitual manipulação de reportagens negativas em torno dos oponentes ao candidato tucano. E assim, será mais uma campanha suja e de baixo nível, ainda mais quando é o Serra quem está na jogada.

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1.7.12

As notícias e a corrida eleitoral em Piracicaba - II

Só para não deixar passar, há algum tempo, desde que começou a corrida eleitoral aqui em Piracicaba, atentei para uma certa tendência do principal jornal da cidade, o Jornal de Piracicaba (JP), em favorecer o candidato tucano. Já demonstrei em artigos anteriores aqui do blog sobre isso. E agora faço uma observação também das chamadas do jornal para as notícias sobre os anúncios dos candidatos a vice-prefeito. Pois bem, Piracicaba está com três principais candidatos a prefeitura: Gabriel Ferrato (PSDB), Roberto Felício (PT) e Pastor Dilmo (PV). Começando pela análise do anúncio da convenção do PV para discutir o vice, o JP deu pequeno destaque na capa no canto inferior direito.
Já o anúncio do vice petista não foi dada nem chamada de capa e deixaram a matéria para página A6, quase no meio do jornal.

 


Agora, na edição de domingo, a qual geralmente é a mais vendida, o JP simplesmente dá como principal notícia o anúncio da candidatura do vice do PSDB.
Sei que isso não é o principal fator que influenciará as eleições municipais piracicabanas, mas gostaria de saber o critério do JP ao abordar de formas tão diferentes essas candidaturas. Por ser ainda um jornal com  certa influência na sociedade piracicabana, será que a busca por um equilíbrio não é o caminho mais democrático ao abordar os candidatos? Isso é só uma observação inicial sobre a cobertura midiática das eleições, pois se for partir para o tendencionismo explícito é melhor que o jornal deixe claro para os seus leitores o candidato que apoiarão. Ai sim, seria uma atitude mais coerente e democrática.

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25.6.12

Mais um Golpe na América Latina

 
Mais um golpe de estado foi novamente perpetrado no continente latino-americano pelas mesmas forças reacionárias, oligárquicas e conservadoras contra a democracia. Dessa vez foi o Paraguai, onde seu presidente legalmente eleito, Fernando Lugo, foi defenestrado do cargo em um processo que só parece um impeachment, mas que na verdade foi um golpe. Sob o falso e arbitrário argumento de que a constituição paraguaia permite que um presidente seja destituído pelo “mau exercício da função”, a oligarquia paraguaia no congresso, totalmente influenciada por latifundiários brasileiros, conseguiram em tempo recorde ( 24 horas)promover o “impeachment” de Lugo. Logicamente que o golpe já estava sendo orquestrado há um bom tempo, sempre com a ajuda dos Estados Unidos, o que mostra documentos oficiais revelados pelo Wikileaks em 2009. Nesses documentos mostram dois expoentes da arquitetura do golpe contra Lugo e contra a democracia: Lino Oviedo (ligado aos interesses dos ruralistas brasileiros que vivem no Paraguai) e o ex-presidente paraguaio Nicanor Duarte ( aquele que permitiu que uma base militar dos EUA fosse instalada no país). Um é do interesse oligárquico e o outro representando a subserviência típica das elites latino-americanas. Agora é bem capaz de que os golpistas voltem a receber tropas dos EUA no seu território para a alegria e satisfação de Washington. 
O estopim do processo foi um conflito agrário que terminou com o massacre de 17 pessoas mortas entre policiais e sem-terras paraguaios. O caso ainda é obscuro pelo fato de ter um ar de provocação e que espertamente foi usado pela oposição para dar o golpe final. Lugo, embora tenha feito coalizão com forças conservadoras por não ter maioria no congresso do país, não agradava nenhum pouco a oligarquia poderosa do Paraguai. Um país onde a concentração de terras consegue ser pior que a do Brasil, pois apenas 2% detém quase 80% das terras, a força desse setor não deve ser subavaliada. 
 Voltando ao processo golpista, Lugo só teve míseras duas horas para tentar sua defesa que além dessa(do conflito agrário) tinha outras 4 “acusações” genéricas e sem base nenhuma que o envolvesse diretamente. Outra, não houve investigação séria e tempo hábil para que as acusações realmente se comprovassem. Portanto, embora pareçam ter cumprido os tais “ritos democráticos”, o que houve no Paraguai foi um golpe contra o voto popular e totalmente arbitrário. 
Não adianta, as elites subservientes latino-americanas não conseguem engolir lideranças populares que mesmo fazendo pouco para as camadas mais desfavorecidas de seus países, são surpreendidas com tentativas ou golpes realmente consumados, como agora no Paraguai. Em 2002 tentaram um golpe na Venezuela, o qual fortaleceu ainda mais o presidente Hugo Chàvez. Depois tentaram também na Bolívia, mas assim como na Venezuela, há um governo ainda com bastante apoio popular. Mas em 2009, conseguiram efetivar um golpe em Honduras, onde Zelaya foi também tirado do poder com um processo de fachada e pseudo-democrático, mas que foi realmente um golpe de estado, onde até os EUA reconhecem, internamente, isso. Agora foi o Paraguai e denota-se que o modus operandi dessas forças conservadoras e reacionárias dos países latino-americanos é igual. Os golpistas sempre com os EUA, via embaixadas, empresários, parte das forças armadas e os grandes veículos de comunicação de um lado contra governos de esquerda e progressistas de outro. Para quem acha que a Guerra Fria acabou, se engana, pois nas relações internacionais, os EUA ainda levam isso muito a sério. 
Os países vizinhos ao Paraguai, principalmente os membros da Unasul, rechaçaram o golpe acusando o processo como ele realmente foi: um golpe branco. O Brasil tem papel importante nisso e deve ser firme em não reconhecer o governo golpista de Federico Franco (esse já tem até sobrenome de ditador). 
Vale destacar a posição vergonhosa de apoio de parte da imprensa brasileira ao golpe no Paraguai. Os mais descarados já saíram berrando, como fizeram em 2009 em relação ao golpe em Honduras, que o processo foi “legítimo” porque seguiu os tais “ritos democráticos”. Isso comprova mais uma vez a natureza golpista de grande parte dessa imprensa, pois foi a mesma que apoiou o golpe militar de 1964 no Brasil e que dizia na época, que a liberdade havia voltado e vencido. Agora vão tentar mais uma vez manipular a opinião pública a acreditar de que o golpe não foi golpe, mas uma mera deposição de um presidente legitimamente eleito. As vezes, o neologismo criado na internet, para designar o que é a grande imprensa brasileira cai muito bem: Partido da Imprensa Golpista (PIG).

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9.6.12

As notícias e a corrida eleitoral em Piracicaba


A minha suspeita sobre o comportamento do Jornal de Piracicaba (JP) em relação ao agora oficialmente candidato a prefeito, Gabriel Ferrato (PSDB), que escrevi aqui, parece estar se confirmando, como demonstra a foto da capa do jornal do último domingo. Sei que ainda é cedo, mas algumas análises de imagens e notícias do JP são interessantes. Como todos sabem, Barjas Negri, é super popular aqui em Piracicaba, devido a sua política do asfalto em detrimento do transporte público e saúde, mas que rendeu uma admiração que muitas vezes chega na idolatria do político. Coincidentemente a foto da capa da edição de domingo (a qual geralmente é a mais vendida da semana) mostra Ferrato e Barjas juntos, em uma clara tentativa de associar o prefeito ao seu candidato. Muitos dizem que isso é normal, mas lembro muito bem quando Lula fez isso com a Dilma, todos o criticaram, mas aqui isso é normal. Vale a pena comparar o anúncio da candidatura no JP com o outro jornal da cidade, A Tribuna Piracicabana, que deu destaque à um tema bem mais importante para a população que era a greve dos motoristas de ônibus da cidade. 

A Gazeta de Piracicaba não vale a pena nem mencionar, pois a mesma, às vezes, parece ser até assessora oficial de imprensa da prefeitura, devido a "babação de ovo". Ferrato foi candidato escolhido por Barjas pessoalmente, mas que o que se ouve por ai é que não tem muita simpatia nem entre colegas de partido. Sua gestão na pasta da educação é bem avaliada por alguns, mas que entre a maioria dos professores da rede já é o contrário. Uma das últimas atitudes de Ferrato na pasta foi o anúncio de 400 vagas para o bolsa creche (sim, isso que tucanos parecem ter nojo dessa palavra, mas usam quando bem lhes convém), pois sua pasta foi contestada pela Defensoria Pública do Estado exigindo vagas em creches na cidade. A solução foi transferir recursos públicos para entidades privadas ao invés de construir mais unidades para o ensino infantil.

Voltando as análises de notícias do JP, o mesmo, na edição seguinte, de terça -feira, mostrou a última atitude do candidato na pasta que é uma atitude "nobre" sobre um programa com um nome bonito para anunciar no final de mandato: "Paternidade Responsável". Agora é aguardar as próximas edições para ver se realmente minhas suspeitas vão se concretizar ou não a respeito de um certo tendencionismo do JP em eleger o candidato do atual prefeito de Piracicaba. Aproveito essas análises de notícias do JP para uma indagação sobre um outro político da cidade, o qual é aliado do prefeito também: José Luiz Ribeiro. Ele era conhecido por Zé Luiz do Sindicato e depois que se tornou vereador ficou só Zé Luiz. Ele tentou o cargo de deputado, mas não deu certo e na época de vereador quando se tornou aliado de Barjas se filiou ao PSDB. Agora trocou de partido novamente e atualmente é do PDT. Em uma edição dessa semana do JP, o jornal deu destaque (a meu ver)excessivo à Zé Luiz, o qual será candidato novamente a vereador em Piracicaba e que deve estar costurando politicamente apoio ou não ao candidato Ferrato. 

Já não bastava a foto do candidato na capa do jornal, mas depois mais duas fotos dele na reportagem e na mesma página! Achei um pouco exagerado essa exposição de um cara que é candidato novamente a uma vaga na Câmara de Vereadores. Aliás, Câmara essa que aumentou não só o número de boquinhas, quer dizer, de vagas, de 16 para "apenas" 23, mas também aumentou em 80% o salário dos próximos "nobres" vereadores. Como a maioria, infelizmente, se reelege sempre, essa atitude foi para garantir o futuro deles mesmos. Enfim, as eleições estão bem próximas e o eleitor terá que ser bem criterioso em não só em escolher um candidato, mas também prestar atenção para não ser manipulado com um certo tendencionismo da imprensa da cidade.

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8.6.12

Gilmar (Dantas) Mendes, o militante tucano do STF


Gilmar Mendes, ministro do Superior Tribunal Federal (STF), está protagonizando novamente uma crise política com intuitos nada republicanos, mas sim puramente político. Em nova dobradinha com a revista Veja (aquela que está envolvida com o bicheiro Cachoeira até o pescoço), Mendes “revelou” que Lula o pressionou para adiar o julgamento do “mensalão”, quando o encontrou no escritório de ninguém menos que o ex-ministro Nelson Jobim. Antes é bom fazer um breve histórico dessa figura que é Gilmar Mendes. Foi ele quem concedeu 2 habeas corpus em 48 horas para soltar o banqueiro Daniel Dantas, o qual foi pego subornando um policial. Daí o trocadilho com o sobrenome dele e do banqueiro. Gilmar já mentiu publicamente e causou crise institucional quando quis já chamar Lula as falas, quando este era presidente, devido à um suposto grampo realizado entre ele e ninguém menos do que Demóstenes Torres (ex-DEM e ex-paladino da moral e ética na política da mídia brasileira). O caso estourou devido à reportagem da Veja, a qual não mostrou o áudio do grampo e mais tarde foi desmentida por perícia da Polícia Federal. Depois disso ele conseguiu com que a Operação Satiagraha fosse enterrada. Isso sem contar sua tradição familiar coronelista em Diamantino (MT) e seus negócios escusos nas suas “escolinhas de direito”, como denunciou o jornalista Leandro Fortes aqui e aqui. Quando ele foi para o STF, vários juristas alertaram para a degradação do tribunal, dentre eles Dalmo Dallari, que diz tudo nessa entrevista, e Wálter Maierovitch aqui. Gilmar Mendes sempre foi criticado por essa mania incontrolável de querer holofotes e manifestar sua opinião antes mesmo de os casos que aparecem por lá serem julgados. Realmente isso não é uma atitude sensata e fazendo isso ele revela seu voto antecipadamente, quando que sobre assuntos que serão pauta do STF ele só deveria se pronunciar nos autos. Já o Nelson Jobim, foi o ministro tucano do governo Lula e depois foi revelado pelo Wikileaks que Jobim foi um traíra ao ser informante dos Estados Unidos sobre assuntos internos do governo. Além de Jobim também ter mentido sobre o caso do grampo que nunca existiu, onde as próprias forças armadas desmentiram o que disse o ex-ministro na época. Voltando ao tema do momento, se a pressão de Lula deixou Gilmar perplexo, porque Mendes não denunciou imediatamente o ex-presidente? Por que fez isso só um mês depois, justamente agora que está instalada a CPI do Cachoeira? Aliás, Gilmar parece estar envolvido com o bicheiro juntamente com o amigo Demóstenes. Por que foi fazer isso justamente na mídia, especificamente na revista Veja, a qual também está envolvida com Cachoeira? A associação Gilmar-Demóstenes-Veja já mentiu uma vez e agora parece estar indo para o mesmo caminho. Lula sabe que as pessoas menos confiáveis para fazer qualquer tipo de chantagem seriam Mendes e Jobim. Ele não é santo, mas muito menos ingênuo em pedir algo assim justamente para o líder e militante da oposição no STF. Tanto que o próprio Nelson Jobim desmentiu, até agora, Gilmar Mendes. Portanto, esse episódio protagonizado por Gilmar é cortina de fumaça para desviar o foco da CPI do Cachoeira e jogar no alvo predileto da mídia nativa que é o Lula e o “mensalão”. O objetivo político dele e também da imprensa é explorar ao máximo o tema, pois Lula ainda é a maior força política do país e eles temem que ele possa voltar em 2014. Assim, finalizo esse artigo com o comentário certeiro e questionador do excelente jornalista Bob Fernandes
 

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29.5.12

Será que o Jornal de Piracicaba vai aliviar para Ferrato?

A imagem ao lado denota uma relação direta entre o poder político e o poder midiático que no caso regional parece ser mais próximo. Aqui em Piracicaba não é diferente e a foto em questão mostra isso. A prefeitura de Piracicaba, através da secretaria da educação, a qual tem como mandatário da pasta, Gabriel Ferrato (PSDB)que será provável candidato da legenda à prefeitura este ano, batizou uma nova escola municipal (EMEI) com o nome da ex-proprietária, já falecida, do Jornal de Piracicaba (JP), Antonietta Rosalina da Cunha. L. P. O JP ainda é o jornal de maior circulação na cidade e possui enorme influência na vida política e social. Não os acuso de serem totalmente "chapa-branca" em relação a prefeitura, pois vira e mexe publicam reportagens sobre reclamações no transporte público e na saúde da cidade, mas percebe-se que na hora de "puxar a sardinha" é sempre para o lado da prefeitura, principalmente do prefeito Barjas Negri. Há pouco tempo, denunciei aqui no blog e nas redes sociais, uma tentativa de censura do jornal em relação a uma carta minha com críticas a atual administração. Depois que caiu na internet, a carta, depois de mais de um mês, foi publicada. Infelizmente já ouvi reclamações de outros com a demora ou até mesmo a não publicação de comentários críticos a prefeitura em um dos únicos espaços que ainda há gente que sai do senso comum barjista que domina parte de Piracicaba. Já houve também, em 2008, notícias sobre um processo movido pela Advocacia Geral da União (AGU) contra Barjas e outras 10 pessoas acusadas de irregularidades quando o prefeito foi ministro da saúde, que o jornal simplesmente ignorou. Sobre isso eu escrevi aqui no blog também. Fora que na época do escândalo da máfia dos sanguessugas, onde a revista (IstoÉ) sumiu das bancas da cidade, o jornal também não achou que era de interesse público esse episódio. Aliás, o empresário Abel Pereira, já falecido, que estava supostamente envolvido nesse esquema, deu nome de avenida aqui na cidade. Isso é apenas um retrospecto de uma certa cumplicidade do jornal com o prefeito, o qual sempre foi apoiado pela ex-diretora do JP em editorial. Já o atual secretario de educação da cidade, Gabriel Ferrato, já trocou farpas com o jornal, onde o mesmo reclamou da forma como foi retratado em fotos e pelas perguntas incômodas feitas na época pelo jornal, o qual respondeu o tucano. Depois de colocar panos quentes nessa relação que ficou um pouco conturbada, agora que tudo indica que Ferrato tentará suceder Negri na prefeitura, uma escola leva o nome da antiga diretora do JP. A foto mostra Ferrato todo feliz agraciando os familiares da ex-diretora e o atual diretor do JP, mas parece que ficou um pouco desfocado no final. Será que agora ele irá reclamar da foto também? Será que o JP irá vai "aliviar" para Ferrato justamente agora na época de eleições? São perguntas, as quais espero respostas negativas, mas sempre é bom ficar de olho muito crítico nessa relação delicada entre políticos regionais e as mídias locais.

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15.5.12

A Barbárie ocorrida no Pinheirinho e o “Dedo na Ferida”

No inicio deste ano de 2012, o governo do estado de São Paulo, sob comando de Geraldo Alckmin (PSDB), mostrou como o poder público é usado para atender sempre os interesses dos ricos e poderosos. O caso da barbárie do Pinheirinho foi emblemático nessa relação espúria, onde governos em conluio estratégico com membros do judiciário fazem valer a lei somente quando é contra a população pobre. O pior é que esses são vítimas da desinformação e criminalização por parte da imprensa brasileira, a qual, no caso Pinheirinho, foi conivente com a truculência da desocupação feita pela polícia e ainda aceitou normalmente a censura que houve na cobertura desse episódio triste. Uma comunidade que estava ali desde 2004 em uma área abandonada de São José dos Campos, a qual pertence a ninguém menos que Naji Nahas e que devia á prefeitura, R$2 milhões só em IPTU, pois a dívida total é de mais de R$ 14 milhões. Devia, pois após a desocupação, a justiça perdoou parte dessa dívida (caiu para quase R$ 400 mil) para aliviar a situação “difícil” dos credores do Nahas.
O caso Pinheirinho, como ficou conhecido, teve repercussão mundial devido ao emprego de extrema violência e abuso do poder da polícia contra cidadãos indefesos. O triste desfecho é culpa direta do governador Alckmin, do prefeito Eduardo Cury (curiosamente também do PSDB) e da juíza Márcia Loureiro, a qual determinou rapidamente a reintegração de posse e ainda zombou indecorosamente da violência ocorrida no despejo ao exaltar os policiais e achar tudo normal.
Bombas, gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha (parece que foi usada até munição letal), cassetetes, junto com a brutalidade habitual dos 2 mil policiais militares mandados pelo Alckmin no socorro ao “amigo” Naji Nahas, foram no mínimo, um crime contra os direitos humanos. Não havia distinção, pois qualquer um, tanto fazia se era homem, mulher, velho ou criança, foram literalmente enxotados dali com extrema violência. Infelizmente é assim em toda desocupação, onde a população já vive em condições precárias e muitas vezes estão até acostumados com cenas de barbárie como essas. Como diz o rapper Emicida na música “Dedo na Ferida”: “terra onde bebês respiram gás lacrimogêneo”.

Os dois vídeos abaixo mostram como ocorreu esse massacre no Pinheiro, inclusive o vídeo de um morador espancado covardemente por alguns policiais.


Para as “autoridades” é fácil, pois depois é só dizer que cumpriram a lei e no caso de ocupações feitas pelos desfavorecidos o motivo quase sempre são dois: ou é área particular ocupada ou área de preservação ambiental. Mas aqui vale a máxima, onde a lei é para os inimigos não é? Pois bem, não vejo o mesmo ímpeto dessas "autoridades" em coibir e muito menos mandar desocupar condomínios de luxo, os quais alguns invadem, loteiam e cercam áreas públicas, sendo a maioria áreas de preservação ambiental. Exemplo maior é notado na região litorânea norte do estado paulista, onde condomínios de alto padrão devastam cada vez mais o que resta da mata atlântica no estado. Sobre isso vale destacar, mais uma vez, a percepção do Emicida que em uma entrevista falou sobre um despejo que sentiu na pele: “é muito bizarro, porque você olha pra Serra da Cantareira e tem uma pá de mansão no meio das árvores mesmo. Cada vez abrem-se mais clareiras, de noite tem uma pá de luz acesa no meio da floresta. A gente tinha uma cachoeira, os caras cercaram e a cachoeira virou o quintal de alguém.” Quem quiser conferir o resto da entrevista está nesse link
Aliás, Emicida foi preso recentemente em Belo Horizonte por “desacato”. Ele se solidarizou com outra comunidade que, assim como no Pinheirinho, estava sofrendo com a violência policial durante despejo da Ocupação Eliana Silva, e disse para todos levantarem o dedo do meio contra isso. Fez isso em referência a excelente música composta por ele sobre o episódio Pinheirinho, citada anteriormente (“Dedo na Ferida”), a qual diz tudo e com isso finalizo esse texto.

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9.5.12

As relações político-midiáticas no Brasil - 1

                                                           ( Fonte: http://bit.ly/IYwUvH) 
Não é de hoje que a grande imprensa brasileira, sendo os principais grupos – Folha, Estado, Globo, Bandeirantes e Abril (que publica a revista VEJA) – participa ativamente da política do país. Lógicamente que essa participação é necessária e democrática, mas desde que a diversidade e pluralidade de idéias e opiniões sejam garantidas por estes que, infelizmente, ainda dominam a maior parte da informação veiculada no país. Sabemos que a política é um jogo, onde a maioria dos que ali estão, governo e oposição, defendem interesses e somente “brigam” pelo poder. No Brasil, essa grande imprensa acaba jogando só de um lado desse jogo e assume de vez o papel de um partido político efetivo. Tanto que a própria presidente de uma entidade que os representa assumiu que a verdadeira oposição ao governo federal são eles. Desde a eleição do Lula, essa grande imprensa passou a fazer uma espécie de “dobradinha” com a oposição, ainda mais com o PSDB, onde um pauta o outro com o objetivo político de tirar ou até derrubar (como quase tentaram em 2005 com o caso do mensalão) o grupo político rival, especialmente o PT.
Desde então, alguns jornalistas presenciaram uma exacerbação dessa partidarização da mídia e quando não concordaram mais em fazer parte dessa manipulação acabaram sendo demitidos ou preferiram sair desses veículos. Casos emblemáticos foram os jornalistas Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna, que eram da Globo e ambos relataram a manipulação grosseira durante as eleições presidenciais onde Lula foi eleito e reeleito.
A rede Record, em virtude da concorrência direta com a Globo, acabou absorvendo parte desses jornalistas e acabou saindo um pouco do pensamento único ainda vigente na grande imprensa já citada. A associação da Record com a igreja Universal é ultrajante, ainda mais tendo como líder uma figura como Edir Macedo, mas os donos desses outros veículos de comunicação não perdem nada para ele. Roberto Marinho, por exemplo, foi ligado, apoiou e se beneficiou enormemente com os ditadores brasileiros durante o regime militar. Então, quando essas duas emissoras brigam fazendo reportagens negativas uma sobre a outra é bom para a democracia.
A Record ainda não é exemplo de jornalismo, mas consegue se sobressair em reportagens sobre a política, onde quebra um pouco o anti-petismo propagado pelo resto da grande imprensa. Mas ainda faz parte do pensamento único sobre as questões sociais, por exemplo, como a ojeriza que todos os grandes veículos de comunicação possuem em relação aos movimentos sociais, principalmente contra o MST. A emissora também é usada para fins pessoais como o ataque sistemático à um pastor que é concorrente e ex-braço direito do dono da emissora.
A Globo já é a emissora que detém o monopólio da “verdade”, a qual é a que “embasa” esse pensamento único. Este possui as seguintes diretrizes:
- anti-povo (onde a opinião realmente ouvida é da classe dominante)
- anti-petista (o que demonstra o seu total partidarismo)
- anti-trabalhista (onde a emissora se torna porta-voz de bancos e empresários)
- anti-movimentos sociais (fica sempre ao lado de latifundiários, ruralistas e coronéis)
- anti-integração dos países em desenvolvimento e pobres ( que demonstra total subserviência aos ditames dos países mais ricos).
Tudo isso é seguido também pelos outros veículos de comunicação e quem não reza essa cartilha não tem espaço nestes. Suas reportagens sempre vão seguir isso e formarão a opinião dos mais ingênuos que acreditam piamente, mesmo sempre vendo e ouvindo só um lado da notícia.
Vale lembrar um exemplo de manipulação feito pela emissora Bandeirantes sobre as mudanças no Código Florestal. As reportagens da emissora sobre o assunto sempre são favoráveis aos interesses dos ruralistas, onde nunca o outro lado é ouvido. O que pode explicar isso é que o dono da Band, João Jorge Saad, possui terras e é ligado aos ruralistas.
O que já era ruim na programação da TV aberta está ficando pior com a infestação de canais religiosos e compra de parte da programação das emissoras por grupos religiosos.
As emissoras públicas no Brasil deveriam cumprir um papel melhor e mais abrangente, mas também muitas vezes acabam sofrendo intervenção política direta. Quando o governo Lula criou a TV Brasil, a chiadeira dessa grande imprensa foi geral. Partiram para o ataque dizendo que iria ser emissora do governo manipulando para favorecê-lo, desancaram os jornalistas contratados e até hoje exigem a sua extinção, pois não vêem necessidade de uma emissora pública em nível nacional. Em todo esse tempo não vi nada na TV Brasil que lembrasse esses falsos argumentos ditos por esta imprensa. Aliás, interferência política e manipulação favorável ao governo ocorrem na emissora TV Cultura que é vinculada diretamente ao governo estadual de São Paulo, o qual é governado pelo PSDB há 18 anos. Um exemplo foi quando o jornalista Heródoto Barbeiro foi afastado depois que questionou José Serra no programa Roda Viva, quando ele ainda era governador de São Paulo. Agora, os grupos Folha, Estado e Abril foram gentilmente convidados pela TV Cultura para ter espaço na emissora em horário nobre. A Folha já está com uma grade na TV Cultura e incoerentemente é uma das maiores críticas da TV pública no país.
Portanto, no caso das emissoras de TV comerciais a manipulação para favorecer interesses de grupos políticos, empresariais e religiosos é notável. A constituição deveria ser cumprida nesses casos, onde a transmissão é uma concessão pública e estes deveriam seguir regras constitucionais, mas isso não ocorre. Já as emissoras públicas devem ser transparentes e garantir a independência jornalística e buscar favorecer o interesse público para se contrapor aos interesses puramente comerciais das outras emissoras.



OBS: Não agüento mais ver e ouvir falar a mesma coisa os comentaristas dos telejornais da Globo, Bandeirantes e SBT. Casoy, Jabor, Neumane Pinto, Merval Pereira, todos possuem a mesma opinião.

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2.5.12

2012, voltei!!

Sei que não possuo muitos leitores aqui no blog, pois infelizmente, não escrevo com muita frequência. Mas agora estou voltando aos poucos à ativa, pois tem muito assunto pra discutir. Nesse tempo, algumas coisas mudaram, mas a maioria continua do mesmo jeito. A situação dos professores no Brasil, em geral, continua péssima com baixos salários não só no público, mas também em muitas escolas particulares. A educação não é levada a sério no país, nem pelos governos (todos, federal, estadual e municipal), nem pela maioria dos empresários que lucram com a educação no país. Todos acham que professor tem que trabalhar somente por amor e que salário baixo é normal para a profissão. Assim continuaremos com o exodo de professores, principalmente da educação básica, onde o desgaste é muito para se ganhar muito pouco. Bom, esse é um tema a ser tratado mais vezes aqui no blog, pois faço parte disso, mas há outros que estão fervendo por ai, os quais pretendo meter o bedelho e opinar. Código (DES)Florestal, revelações bandidas da imprensa brasileira com o crime (o que não é surpresa)com a mesma partidarização de sempre, reestatizações em outros países e repercussões, criminalização de movimentos sociais e populações pobres dentre outros assuntos pretendo abordar com mais rapidez aqui nesse espaço independente. A situação política regional também pretendo abordar mais vezes, pois esse ano é eleitoral e o prefeito aqui está meio perdido, pois quer fazer o sucessor para continuar sua "politica do asfalto". É isso!

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