24.2.10

Petkovic – Agente comunista disfarçado?

Parem tudo, pois a direitalha tupiniquim está com a razão. Estamos diante de um golpe para levar o Brasil a um regime socialista ou até comunista. A prova disso tudo é a propaganda favorável do jogador do Flamengo, Petkovic, ao regime socialista vivido por ele quando morava no seu país de origem: a antiga Iugoslávia. Ele disse isso no programa “cultural” da apresentadora Ana Maria Braga.Vejam:

“Viram? Que medo! Chamem a CIA, os militares, convoquem a marcha da TFP! Esse Petkovic é um agente comunista disfarçado no país para fazer propaganda socialista! Também, já tem sobrenome de comunista. Predam-no e o deportem para o seu país, hoje a Sérvia! É uma estratégia do Lula para a campanha da Dilma para implantar o regime socialista, pois o jogador é do time que tem a maior torcida do Brasil. Logo, ele convencerá esses a votarem na Dilma, pois como ela pretende impor um regime socialista, tudo vai ser como ele disse. Ta vendo. Tudo se encaixa.”
Isso que acabei de escrever é o que passa pela cabeça dos direitóides com suas paranóias delirantes. Se isso for escrito pelo blogueiro esgoto da Veja, pelos sites ultra-direitistas (se é que não escreveram) ou rodar os e-mails através daquelas correntes imbecis sobre conspirações do governo, com certeza muita gente acreditaria. Esses que acreditariam vão escrever o de sempre: que os regimes comunistas mataram 100 milhões de pessoas, como se todos fossem uma coisa só e como sempre misturar alhos com bugalhos.Para finalizar vão dizer que é conspiração do Lula e a Dilma. Agem sempre por instinto.

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18.2.10

Que Serra nos Arruda?

O escândalo envolvendo o governador do distrito federal, José Roberto Arruda (ex-DEM) e sua base de apoio de deputados distritais, atingiu o seu ápice com a prisão inédita do governador. As gravações em vídeo da corrupção, onde aparece diretamente Arruda recebendo dinheiro, chocaram o país, mas infelizmente todos sabem que isso não é exclusividade de Brasília. Logicamente que por causa disso não justifique a ação criminosa do bando de Arruda, mas seria ótimo que aparecessem mais gravações de tantas outras administrações públicas do país por ai. Geralmente esses escândalos têm interesses por trás que envolvem políticos, empresários e a imprensa. No caso do distrito federal, pode ser que haja uma mãozinha do ex-governador Joaquim Roriz (PMDB), o qual é tão corrupto quanto Arruda.
O ex-partido de Arruda, Democratas (antigo PFL), que na esfera federal é oposição radical ao governo Lula não demonstrou o mesmo ímpeto “ético” que tenta passar nos escândalos que atingem o governo federal. No começo tentaram afasta-lo, mas Arruda ameaçou e com isso obrigou-os a um acordo e ele deixou a legenda. José Roberto Arruda não era nenhum “zé ninguém” dentro do partido e tinha influência com os coronéis. Já era considerado o político mais proeminente do partido, pois era o único governador eleito pela legenda, e era muito cotado para ser vice em uma eventual chapa presidencial com o governador de São Paulo, José Serra. Até 2001, Arruda era do PSDB e foi líder do governo FHC. No vídeo abaixo, Serra declara essa chapa fazendo até uma brincadeira dizendo: “vote em um careca e ganhe dois”.

Esse video foi pouco divulgado pela imprensa brasileira, pois como já citei em outro artigo, nessas eleições a grande imprensa se torna as Organizações Serra de Jornalismo, onde o intuito é blindar o governador para tentar elege-lo esse ano. Mesmo com Arruda a mídia de certa forma está “pegando leve” com as denúncias e ainda tentam colar nesse escândalo a imagem do presidente Lula. As manchetes sempre tentam jogar que Lula esta sendo conivente com o caso. Já os ex-colegas de partido que alguns defendem e outros fazem de conta que querem a punição do governador é muito pouco explorado. As manifestações contrárias ao governador em Brasília foram reprimidas violentamente pela polícia e a maior parte da imprensa fez pouco caso disso. Nas gravações também há empresas envolvidas no escândalo, as quais mantêm contratos milionários com o governo estadual paulista e o governo do município de São Paulo como mostra essa reportagem da revista Carta Capital publicada no site do jornalista Luiz Carlos Azenha.
É sempre bom fazer uma reflexão do contrário, ou seja, de como seria o comportamento dessa imprensa e a repercussão se esse escândalo atingisse o PT. A mídia corporativa tem um ranço com o PT e quase sempre qualquer minúcia envolvendo o partido é superescandalizado. Se o caso envolvesse um possível candidato a chapa de Dilma e que este já tivesse sido do PT e líder do governo Lula, ai teríamos uma superexploração do caso. Com certeza iriam fazer todas as possíveis ligações da rede de corrupção com políticos do PT, iriam repetir incansavelmente o vídeo de Dilma brincando com uma possível chapa com o corrupto e a repressão contra os manifestantes seriam tachadas de “policia stalinista” ou “bolchevique” ou ainda um prenúncio de uma ditadura contra os direitos civis em mais um governo petista. Como tudo isso envolve um político de oposição e vinculado a Serra, então o caso é individualizado e suas ramificações são muito pouco exploradas.
Aliás, essa imprensa, especificamente a “revista” Veja, pouco antes de estourar esse caso elogiava Arruda e sua gestão “eficiente”. É o que se vê nessa foto retirada das páginas amarelas da Veja onde diz que ele é o governador que deu a volta por cima.
Coincidentemente, como também mostra a nota do diário oficial do estado nessa foto, o governo de Arruda brindou a editora Abril com a assinatura da “revista” Veja totalizando cerca de R$ 450 mil em contrato de um ano.
Alem de Arruda, José Serra também gosta de ajudar financeiramente, ou melhor, retribuir o favor que seus amigos da mídia fazem para ele. De acordo com o diário oficial do estado de São Paulo, entre 2007 e julho de 2009, Serra gastou cerca de R$ 76 milhões em assinaturas sem licitação de publicações de grandes corporações midiáticas. Todas foram direcionadas para a educação, como a revista Nova Escola (editora Abril) que foi distribuida a todos professores da rede. No ano passado, já mais perto das eleições, o governo estadual paulista assinou para as escolas a revista Veja, a revista IstoÉ, o jornal O Estado de S.Paulo e o jornal Folha de S.Paulo. Tudo sem licitação e com dinheiro público financiando aqueles que fazem campanha para ele. Esse vídeo exemplifica um pouco isso. É mais um incentivo de Serra para os amigos, mas para a educação são migalhas que enfeitam a propaganda enganosa de seu governo.
José Serra tem um perfil autoritário e não gosta de ser questionado. Quando isso é feito (o que é raro) ele não responde ou responde de maneira grosseira. Ele fez isso quando um repórter da TV Brasil perguntou sobre a falta de água que afetava quase 800 mil pessoas em plena cidade de São Paulo, pois a Sabesp (que é vinculada ao estado) tinha responsabilidade. Serra foi ríspido na resposta e reclamou da pergunta, ou seja, tem seguir o manual que a grande imprensa segue quando o entrevista não fazendo nenhuma pergunta incômoda. O vídeo pode ser visualizado aqui. Dias depois, quando a cantora Madonna veio ao Brasil e foi recebida por ele e seu “secretário da educação” no Palácio dos Bandeirantes, ai ele falou bastante quando foi perguntado sobre o que conversou com ela. Serra disse que a cantora vai tocar um projeto voltado para a educação, onde o estado de São Paulo não irá gastar nada e vai “entrar apenas com as crianças”. Investir em educação não é plano de governo dele nem do seu partido.
Para finalizar e exemplificar como o governador se preocupa com o interesse público, o vídeo abaixo mostra que ele faz por merecer o apelido que ganhou na internet: Zé Pedágio. Os pedágios são as verdadeiras políticas de governo do PSDB no estado de São Paulo e as empresas certamente garantem uma boa ajuda para estes durante a eleição. Vale lembrar que além de pagarmos o IPVA mais caro do Brasil, também temos que arcar com os pedágios mais caros do país. A implantação de praças de pedágios está a todo vapor e cada vez mais está ilhando cidades inteiras. Só a região de Campinas é cercada por 22 pedágios. É a sanha privatista entreguista de Zé Pedágio.

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5.2.10

As Organizações Serra de Jornalismo

Esse ano eleitoral de 2010 vai mostrar mais uma vez a parcialidade partidária e ideológica da grande imprensa brasileira. As principais corporações midiáticas brasileiras (Globo, Grupo Folha, Estado, Grupo Abril e Bandeirantes) manipulam informações para atender interesses de classe, empresariais e políticos. Em 1964, por exemplo, esta deu apoio ao golpe de estado e hoje é comprometida politicamente com partidos políticos de espectro ideológico de direita.
Desde que Luís Inácio Lula da Silva foi eleito em 2003, a imprensa não se conformou de esse governo não ter feito o que eles esperavam, ou seja, ser um desastre econômico e social. Com isso, esta passou a atuar em conjunto com a oposição contra o governo Lula, transformando-se quase em um partido político. Há os que chamam a grande imprensa brasileira de Partido da Imprensa Golpista ou PIG e as corporações de porcorações mafio-midiáticas, as quais refletem bem o que estes são hoje em dia. Vale lembrar que no caso do Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT), a grande imprensa sempre trabalhou contra os seus candidatos, sendo a eleição de 1989 com a manipulação do debate entre Collor e Lula pela Globo, emblemática. Muitos estudos de observação das notícias favoráveis e contrárias dos jornais durante as eleições revelam essa parcialidade partidária, onde os candidatos petistas, por exemplo, sempre tem índices de noticias negativas bem superiores ao dos adversários.
O ativismo político da mídia não se manifesta apenas em período eleitoral, pois desde a eleição e reeleição de Lula, isso se tornou permanente. Obviamente há candidatos e partidos que tem certa preferência pelas grandes corporações midiáticas que no caso atual é o PSDB e o governador José Serra. Isso se evidencia pela falta de investigação, cobrança e críticas as ações do governo estadual e ao contrário, o que se vê geralmente em editoriais é elogios e apoio. No estado de São Paulo, a mídia fecha os olhos para os problemas e quase nunca relaciona fatos negativos com o partido que governa o estado e muito menos o governador. As “crises” que a mídia propaga são só federais, as quais muitas vezes não passam de factóides, e em São Paulo são problemas localizados. Só para lembrar, tem o escândalo Alstom que é a investigação pelo Ministério Público da Suíça sobre o pagamento de propina a políticos tucanos, o qual rendeu algumas reportagens, mas ninguém na imprensa saiu atirando e tachando o PSDB de corrupto. As diferenças de tratamento de escândalos e relaciona-los a políticos e partidos também é grande. Por exemplo, no chamado “mensalão” de 2005, ficou tachado como “mensalão do PT” e quando se verificou que o esquema começou com um tucano em Minas Gerais, isso foi apelidado de “mensalão mineiro”. Outros acontecimentos no estado que foram relativizados pela imprensa, além dos já citados: abertura da cratera do metrô e as suspeitas de superfaturamento de obras como o Rodoanel; briga campal e ao vivo das duas polícias do estado; reivindicação de melhores salários de professores e policiais e a farra dos preços abusivos dos pedágios no estado. O acontecimento mais recente são as constantes enchentes, principalmente na cidade de São Paulo, que já matou mais de 60 pessoas e desabrigou outras milhares no estado. Tudo isso não é cobrado do governador pela imprensa, pois tucanos não gostam de perguntas incômodas e geralmente os jornalistas obedecem isso, com poucas exceções. Se Serra é questionado, geralmente ele coloca a culpa no PT e pronto. Agora, se o governador fosse petista, ai a mídia cairia em cima e investigaria todas as minúcias para acusar o partido e o governante de algo. Um exemplo é quando a cidade de São Paulo era governada pela petista Marta Suplicy. Nessa época, as enchentes da cidade eram todas culpa da Marta, mas agora a culpa é de São Pedro e, segundo o Serra, somente do povo. Hoje, o governo Serra nem é responsabilizado pela falta de manutenção do desassoreamento do rio Tietê. Quando houve um dos piores alagamentos em São Paulo no começo de dezembro do ano passado, Serra e Kassab estavam sendo premiados em uma festa de celebridades do Luciano Huck. Não vi nenhuma manchete sobre isso, mas lembro de uma da Folha, durante a gestão Marta, reclamando que enquanto a cidade sofria com alagamentos ela estava em Paris. Atualmente a colunista do mesmo jornal Eliane Cantanhêde questionou onde estava o governador do Rio de Janeiro quando ocorreram as enchentes e desabamentos no estado, mas aqui ela não faz o mesmo com Serra.
Desde que Dilma Roussef foi definida como preferida de Lula para sua sucessão, essa passou a ser o alvo preferido da imprensa. Exemplo disso foi a manipulação descarada do jornal da Band e seu polêmico e preconceituoso âncora Boris Casoy ontem (04/02/10) no jornal da noite. Depois de uma reportagem sobre a polêmica da compra dos caças franceses e outra sobre o balanço do PAC, Boris atacou o governo com suas ilações costumeiras, geralmente as mesmas da oposição, e finalizou comparando Dilma com José Serra. Quando se referiu a José Serra, além de exibir um grande sorriso, Casoy destacou trecho da revista The Economist, a qual elogiava Serra por sua gestão no estado e que seria uma pena o país perder de eleger um ótimo governante. Em seguida uma reportagem sobre os dois novos ocupantes da justiça eleitoral em São Paulo, onde um deles elogia o governador e depois ele é entrevistado pelo jornal, fechando o bloco. Foi uma manobra jornalística clara em favorecer o governador. Interessante que o Lula foi e é elogiado pelo seu governo e tido como estadista não só pela The Economist, mas também pelas maiores e melhores publicações do mundo e nunca vi nem Boris e nenhum outro jornalista da grande imprensa fazer referencia a essas publicações quando essas citaram o presidente. Mais uma vez, se o presidente fosse tucano e o Brasil estivesse nas mesmas condições de hoje, certamente a abordagem midiática seria totalmente chapa-branca. Iriam fazer estardalhaço com todos os índices positivos, tanto econômicos quanto sociais, e exaltariam o presidente tucano como o maior estadista de todos os tempos. Mas isso não aconteceu então todos os avanços econômicos e sociais do atual governo é devido as políticas tomadas pelo governo anterior, que era tucano. É isso que a grande imprensa tenta afirmar e no jogo do poder ela entra firme e ativa em apenas um dos lados. É incrível, mas quando vejo noticias sobre outros países, há sempre uma tal “mídia de oposição”. Lógico que isso geralmente só ocorre em países onde a esquerda governa. Só aqui que a imprensa diz ser imparcial e honesta. Nesse ano eleitoral, a mídia vai trabalhar mais firmemente para eleger seu candidato que é o José Serra. Com isso, esta se transforma nas Organizações Serra de Jornalismo.

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2.2.10

Rap do Boris - Direto de Piracicaba


Esse vídeo-clipe do rapper piracicabano Daniel Garnett ou Daniel Epô está circulando na internet, inclusive em sites como do jornalista Luiz Carlos Azenha. O vídeo e a música são sobre a humilhação que o Boris Casoy fez com os garis naquele episódio grotesco, o qual já foi comentado aqui no blog. A música é perfeita e uma verdadeira bofetada na cara do jornalista e daqueles que concordam com ele. Pelo myspace do rapper, percebe-se que o cara é um talento e muito criativo. O clipe da música “Isso é uma vergonha” já está conhecido como “Rap do Boris” e mostra muitas imagens de Piracicaba. No começo o rapper aparece no rio Piracicaba e ao fundo a cachoeira conhecida como “Véu da Noiva”. Em seguida as imagens são do Engenho Central e do cara fazendo malabares entre a avenida Armando Salles e a Rua Prudente de Moraes. É muito satisfatório ver conterrâneos com senso crítico e criatividade em expressar a revolta e indignação de todos que condenaram o ato de Boris CCCasoy. Parabéns ao Daniel Garnett “Epô”.


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