20.7.12

Pinóquio Alckmin e o engodo dos pedágios

O governador Geraldo Alckmin pode ser comparado tanto esteticamente quanto no que diz respeito principalmente à mentira ao Pinóquio. Alckmin, na campanha de 2010, prometeu que revisaria os preços abusivos dos pedágios no estado de São Paulo. Ele fez isso, mas permitiu que os preços fossem revisados para cima. 
Para piorar, seu governo está implantando novo modelo de cobrança de pedágio, chamado ponto a ponto, que é através da leitura de chip nos carros e que seria mais “justo” porque irá cobrar somente pelo que andou o motorista. Na verdade o governo paulista e as empresas que administram as rodovias paulistas promovem um engodo ao falar disso, pois primeiro permitiram que os preços chegassem a valores extremamente caros, para depois de implantar esse sistema, parecer que ficou mais barato, devido à economia feita. 
Outro efeito que implicará esse novo sistema é que o mesmo passará a cobrar pedágio de trechos de rodovias que ficam dentro do perímetro urbano. Ou seja, as rodovias que são usadas como vias urbanas serão pedagiadas, fazendo com que o número de motoristas que irão pagar pedágio aumente exponencialmente. Um exemplo é a rodovia Dom Pedro 1º que em Campinas, liga a cidade a shoppings e bairros e vai obrigar os motoristas a pagar para trafegar dentro da própria cidade. 
Logicamente que o governo tucano não iria permitir colocar um sistema de cobrança que diminuísse o vergonhoso e exorbitante lucro que as concessionárias obtêm todo ano com os pedágios. Para ter uma noção de como o contribuinte paulista é lesado, a receita total dessas concessionárias que atuam no estado paulista no ano passado (2011) bateu recorde e atingiu R$ 6,8 bilhões. Aliás, essas empresas são as que apresentam maior rentabilidade entre todos os setores da economia e chegam a superar até bancos, como é o caso da concessionária EcoVias que teve crescimento de 69% em 2011. 
Não é para menos, pois com os lucros exorbitantes com a cobrança de preços absurdos e a diminuição dos investimentos nas rodovias, que vem decrescendo desde 2009, não tem como não ser rentável. Tudo garantido por um governo subserviente que fez e renova contratos feitos sob medida para atender aos interesses somente dessas empresas e também garantir o apoio financeiro nas eleições ao seu partido. 
Os pedágios são políticas de governo do PSDB, que possui um elo muito forte com as concessionárias em detrimento do interesse da população do estado de São Paulo. Como deixam as concessionárias cobrar o que querem faz com que os paulistas arquem pesadamente com os custos das rodovias pedagiadas e ainda sofram com o descaso do próprio estado que não cuida das outras rodovias que ainda estão sob seus cuidados. Sem contar que o preço abusivo dos pedágios reflete até nos preços de mercadorias no estado, pois o transporte destas fica mais caro e acaba entrando no aumento do preço final dos produtos. 
Não dá para ficar comprando o falso argumento do governo tucano paulista, que tenta justificar o assalto que é o preço dos pedágios no estado, dizendo que as estradas são boas. Isso é o mínimo e sempre temos que lembrar que a maior parte das obras de ampliação e melhoramento das rodovias foram feitas anteriormente pelo próprio estado, o qual depois deu de mão beijada para as concessionárias. Não é possível achar normal e justo pagar R$ 21,20 em uma única praça de pedágio para descer para Santos (o que dá R$ 0,33 por quilômetro!) ou pagar R$ 7,70 para trafegar em rodovia de pista simples e mal conservada ao rodar menos que 30 quilômetros. 
Portanto, Alckmin demonstrou, mais uma vez, que não tem palavra e vai onerar ainda mais o bolso dos paulistas com o novo sistema de cobrança aliado aos preços extorsivos cobrados pelas concessionárias. E assim o PSDB vai para 20 anos no poder no estado com essa política suja e mentirosa.

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5.7.12

Lula, a foto e a cara de pau do PSDB

O jogo político das eleições começou e notabilizou-se por uma foto que resume o chamado “pragmatismo político”, o qual se faz para conseguir chegar ao poder ou se manter nele. A foto de Lula, Fernando Haddad(candidato a prefeito de São Paulo pelo PT) e Paulo Maluf (PP)rendeu muita indignação nos militantes do partido, setores da esquerda e críticas de todos os lados. A foto, exigida por Maluf à Lula, foi o grande problema e pode ser o tiro no pé dado pelo ex-presidente nas eleições da cidade de São Paulo. Tudo por pouco mais de 1 minuto na campanha eleitoral na TV para tentar alavancar Haddad.
Lula foi esperto ou se precipitou demais, pois sabia que a imprensa cairia em cima da foto e alardearia isso para o país todo para tentar constranger seus eleitores e logicamente dar munição para a campanha de Serra. Pode ser também que Lula sabendo disso, correu o risco, mas conseguiu fazer o seu candidato ter exposição antes da campanha oficial. A foto fez com que Luiza Erundina (PSB) deixasse a chapa que faria com Haddad, pois ela sabia do apoio do partido do Maluf. Erundina que sempre foi escrachada por boa parte da imprensa paulistana, de repente, virou exemplo e só assim deram algum espaço para ela se manifestar.
O candidato José Serra (PSDB) aproveitou o momento para criticar a aliança e tentar tirar uma “casquinha” do momento de rechaça que a foto causou em muita gente. Serra é obcecado pelo poder e nas campanhas joga sujo e baixo e ainda conta com apoio total da grande imprensa brasileira, principalmente a paulista. A desfaçatez e mentiras propagadas por Serra só se mantém devido a esse conluio total com a imprensa aliada. Não adianta lembrar que ele assumiu compromisso em 2004 dizendo que não deixaria a prefeitura de São Paulo e 2 anos depois ele deixou a prefeitura e disputou a eleição presidencial. Agora ele se faz de desentendido e a imprensa o apoia.
Na questão Maluf, Serra e seu partido são muito “caras de pau” para quererem dizer algo sobre a aliança com o PT nas eleições municipais paulistanas.
Primeiro porque Maluf e o antecessor do Partido Progressista (PP), o PPB, foi da base do governo FHC e o apoiou diretamente, também com foto e tudo, nas eleições presidenciais de 1998, como demonstram as imagens abaixo. Aliás, o PP também faz parte da base do governo federal desde o primeiro mandato de Lula.
Segundo, porque Maluf apoiou pessoalmente Serra nas eleições de 2010, mas apenas não fez nenhuma foto constrangedora. Apesar de que se fizesse a mídia não iria dar ênfase e possivelmente até a esconderia. Terceiro, porque o PP faz parte do governo Alckmin no estado de São Paulo onde possui a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a qual foi negociada diretamente por Alckmin e Maluf visando o apoio a reeleição do tucano em 2014 no estado.
O apoio do PP de Maluf e seu precioso tempo de 1min35s na TV já estava sendo disputado nos bastidores pelo PT e PSDB. Dizem que Serra até teria ficado irritado quando soube que seu partido não tinha conseguido o apoio do PP para sua candidatura e ainda tê-la perdido para o PT. Mas depois da foto e o efeito negativo desta, Serra se sentiu a vontade para mostrar-se como “bom moço”. 
A crítica feita pelos partidos de esquerda à foto de Lula e Maluf é válida e certeira. Avalio que Lula errou e com isso perdeu uma vice incrível, com história e idoneidade, o que não se aplica ao Maluf. Outro erro é que o apoio de Maluf não transfere votos dele para Haddad, mas sim para Serra. 
Agora, quando a crítica é feita pelo PSDB e seus capachos na imprensa , são claramente oportunistas e ridículas devido aos fatos já mencionados. Vale lembrar que mesmo Maluf sendo sempre ridicularizado e acusado de ser corrupto, foi eleito deputado federal em 2010 com meio milhão de votos dos paulistas, os quais se dizem sempre “bem informados” e “inteligentes”. Garanto que muitos desses malufistas que agora tiram sarro e se mostram indignados, votariam nele se estivesse concorrendo a prefeitura de São Paulo. Serra e seus eleitores que enchem a boca pra falar da foto de dois antigos inimigos políticos agora darem as mãos, é bom lembrar que Serra fez isso em 2010 com ninguém menos que Orestes Quércia. 
Portanto, Lula errou ao tirar a foto com Maluf e mostrou que o jogo político é jogado para favorecer o projeto de poder. O mesmo é valido para Serra e sua claque que quer posar de moralista e ética, mas que em busca do mesmo objetivo também queriam o apoio de Maluf. A mídia tenderá a prejudicar todas candidaturas que ameaçarem Serra com sua habitual manipulação de reportagens negativas em torno dos oponentes ao candidato tucano. E assim, será mais uma campanha suja e de baixo nível, ainda mais quando é o Serra quem está na jogada.

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1.7.12

As notícias e a corrida eleitoral em Piracicaba - II

Só para não deixar passar, há algum tempo, desde que começou a corrida eleitoral aqui em Piracicaba, atentei para uma certa tendência do principal jornal da cidade, o Jornal de Piracicaba (JP), em favorecer o candidato tucano. Já demonstrei em artigos anteriores aqui do blog sobre isso. E agora faço uma observação também das chamadas do jornal para as notícias sobre os anúncios dos candidatos a vice-prefeito. Pois bem, Piracicaba está com três principais candidatos a prefeitura: Gabriel Ferrato (PSDB), Roberto Felício (PT) e Pastor Dilmo (PV). Começando pela análise do anúncio da convenção do PV para discutir o vice, o JP deu pequeno destaque na capa no canto inferior direito.
Já o anúncio do vice petista não foi dada nem chamada de capa e deixaram a matéria para página A6, quase no meio do jornal.

 


Agora, na edição de domingo, a qual geralmente é a mais vendida, o JP simplesmente dá como principal notícia o anúncio da candidatura do vice do PSDB.
Sei que isso não é o principal fator que influenciará as eleições municipais piracicabanas, mas gostaria de saber o critério do JP ao abordar de formas tão diferentes essas candidaturas. Por ser ainda um jornal com  certa influência na sociedade piracicabana, será que a busca por um equilíbrio não é o caminho mais democrático ao abordar os candidatos? Isso é só uma observação inicial sobre a cobertura midiática das eleições, pois se for partir para o tendencionismo explícito é melhor que o jornal deixe claro para os seus leitores o candidato que apoiarão. Ai sim, seria uma atitude mais coerente e democrática.

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