29.5.12

Será que o Jornal de Piracicaba vai aliviar para Ferrato?

A imagem ao lado denota uma relação direta entre o poder político e o poder midiático que no caso regional parece ser mais próximo. Aqui em Piracicaba não é diferente e a foto em questão mostra isso. A prefeitura de Piracicaba, através da secretaria da educação, a qual tem como mandatário da pasta, Gabriel Ferrato (PSDB)que será provável candidato da legenda à prefeitura este ano, batizou uma nova escola municipal (EMEI) com o nome da ex-proprietária, já falecida, do Jornal de Piracicaba (JP), Antonietta Rosalina da Cunha. L. P. O JP ainda é o jornal de maior circulação na cidade e possui enorme influência na vida política e social. Não os acuso de serem totalmente "chapa-branca" em relação a prefeitura, pois vira e mexe publicam reportagens sobre reclamações no transporte público e na saúde da cidade, mas percebe-se que na hora de "puxar a sardinha" é sempre para o lado da prefeitura, principalmente do prefeito Barjas Negri. Há pouco tempo, denunciei aqui no blog e nas redes sociais, uma tentativa de censura do jornal em relação a uma carta minha com críticas a atual administração. Depois que caiu na internet, a carta, depois de mais de um mês, foi publicada. Infelizmente já ouvi reclamações de outros com a demora ou até mesmo a não publicação de comentários críticos a prefeitura em um dos únicos espaços que ainda há gente que sai do senso comum barjista que domina parte de Piracicaba. Já houve também, em 2008, notícias sobre um processo movido pela Advocacia Geral da União (AGU) contra Barjas e outras 10 pessoas acusadas de irregularidades quando o prefeito foi ministro da saúde, que o jornal simplesmente ignorou. Sobre isso eu escrevi aqui no blog também. Fora que na época do escândalo da máfia dos sanguessugas, onde a revista (IstoÉ) sumiu das bancas da cidade, o jornal também não achou que era de interesse público esse episódio. Aliás, o empresário Abel Pereira, já falecido, que estava supostamente envolvido nesse esquema, deu nome de avenida aqui na cidade. Isso é apenas um retrospecto de uma certa cumplicidade do jornal com o prefeito, o qual sempre foi apoiado pela ex-diretora do JP em editorial. Já o atual secretario de educação da cidade, Gabriel Ferrato, já trocou farpas com o jornal, onde o mesmo reclamou da forma como foi retratado em fotos e pelas perguntas incômodas feitas na época pelo jornal, o qual respondeu o tucano. Depois de colocar panos quentes nessa relação que ficou um pouco conturbada, agora que tudo indica que Ferrato tentará suceder Negri na prefeitura, uma escola leva o nome da antiga diretora do JP. A foto mostra Ferrato todo feliz agraciando os familiares da ex-diretora e o atual diretor do JP, mas parece que ficou um pouco desfocado no final. Será que agora ele irá reclamar da foto também? Será que o JP irá vai "aliviar" para Ferrato justamente agora na época de eleições? São perguntas, as quais espero respostas negativas, mas sempre é bom ficar de olho muito crítico nessa relação delicada entre políticos regionais e as mídias locais.

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15.5.12

A Barbárie ocorrida no Pinheirinho e o “Dedo na Ferida”

No inicio deste ano de 2012, o governo do estado de São Paulo, sob comando de Geraldo Alckmin (PSDB), mostrou como o poder público é usado para atender sempre os interesses dos ricos e poderosos. O caso da barbárie do Pinheirinho foi emblemático nessa relação espúria, onde governos em conluio estratégico com membros do judiciário fazem valer a lei somente quando é contra a população pobre. O pior é que esses são vítimas da desinformação e criminalização por parte da imprensa brasileira, a qual, no caso Pinheirinho, foi conivente com a truculência da desocupação feita pela polícia e ainda aceitou normalmente a censura que houve na cobertura desse episódio triste. Uma comunidade que estava ali desde 2004 em uma área abandonada de São José dos Campos, a qual pertence a ninguém menos que Naji Nahas e que devia á prefeitura, R$2 milhões só em IPTU, pois a dívida total é de mais de R$ 14 milhões. Devia, pois após a desocupação, a justiça perdoou parte dessa dívida (caiu para quase R$ 400 mil) para aliviar a situação “difícil” dos credores do Nahas.
O caso Pinheirinho, como ficou conhecido, teve repercussão mundial devido ao emprego de extrema violência e abuso do poder da polícia contra cidadãos indefesos. O triste desfecho é culpa direta do governador Alckmin, do prefeito Eduardo Cury (curiosamente também do PSDB) e da juíza Márcia Loureiro, a qual determinou rapidamente a reintegração de posse e ainda zombou indecorosamente da violência ocorrida no despejo ao exaltar os policiais e achar tudo normal.
Bombas, gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha (parece que foi usada até munição letal), cassetetes, junto com a brutalidade habitual dos 2 mil policiais militares mandados pelo Alckmin no socorro ao “amigo” Naji Nahas, foram no mínimo, um crime contra os direitos humanos. Não havia distinção, pois qualquer um, tanto fazia se era homem, mulher, velho ou criança, foram literalmente enxotados dali com extrema violência. Infelizmente é assim em toda desocupação, onde a população já vive em condições precárias e muitas vezes estão até acostumados com cenas de barbárie como essas. Como diz o rapper Emicida na música “Dedo na Ferida”: “terra onde bebês respiram gás lacrimogêneo”.

Os dois vídeos abaixo mostram como ocorreu esse massacre no Pinheiro, inclusive o vídeo de um morador espancado covardemente por alguns policiais.


Para as “autoridades” é fácil, pois depois é só dizer que cumpriram a lei e no caso de ocupações feitas pelos desfavorecidos o motivo quase sempre são dois: ou é área particular ocupada ou área de preservação ambiental. Mas aqui vale a máxima, onde a lei é para os inimigos não é? Pois bem, não vejo o mesmo ímpeto dessas "autoridades" em coibir e muito menos mandar desocupar condomínios de luxo, os quais alguns invadem, loteiam e cercam áreas públicas, sendo a maioria áreas de preservação ambiental. Exemplo maior é notado na região litorânea norte do estado paulista, onde condomínios de alto padrão devastam cada vez mais o que resta da mata atlântica no estado. Sobre isso vale destacar, mais uma vez, a percepção do Emicida que em uma entrevista falou sobre um despejo que sentiu na pele: “é muito bizarro, porque você olha pra Serra da Cantareira e tem uma pá de mansão no meio das árvores mesmo. Cada vez abrem-se mais clareiras, de noite tem uma pá de luz acesa no meio da floresta. A gente tinha uma cachoeira, os caras cercaram e a cachoeira virou o quintal de alguém.” Quem quiser conferir o resto da entrevista está nesse link
Aliás, Emicida foi preso recentemente em Belo Horizonte por “desacato”. Ele se solidarizou com outra comunidade que, assim como no Pinheirinho, estava sofrendo com a violência policial durante despejo da Ocupação Eliana Silva, e disse para todos levantarem o dedo do meio contra isso. Fez isso em referência a excelente música composta por ele sobre o episódio Pinheirinho, citada anteriormente (“Dedo na Ferida”), a qual diz tudo e com isso finalizo esse texto.

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9.5.12

As relações político-midiáticas no Brasil - 1

                                                           ( Fonte: http://bit.ly/IYwUvH) 
Não é de hoje que a grande imprensa brasileira, sendo os principais grupos – Folha, Estado, Globo, Bandeirantes e Abril (que publica a revista VEJA) – participa ativamente da política do país. Lógicamente que essa participação é necessária e democrática, mas desde que a diversidade e pluralidade de idéias e opiniões sejam garantidas por estes que, infelizmente, ainda dominam a maior parte da informação veiculada no país. Sabemos que a política é um jogo, onde a maioria dos que ali estão, governo e oposição, defendem interesses e somente “brigam” pelo poder. No Brasil, essa grande imprensa acaba jogando só de um lado desse jogo e assume de vez o papel de um partido político efetivo. Tanto que a própria presidente de uma entidade que os representa assumiu que a verdadeira oposição ao governo federal são eles. Desde a eleição do Lula, essa grande imprensa passou a fazer uma espécie de “dobradinha” com a oposição, ainda mais com o PSDB, onde um pauta o outro com o objetivo político de tirar ou até derrubar (como quase tentaram em 2005 com o caso do mensalão) o grupo político rival, especialmente o PT.
Desde então, alguns jornalistas presenciaram uma exacerbação dessa partidarização da mídia e quando não concordaram mais em fazer parte dessa manipulação acabaram sendo demitidos ou preferiram sair desses veículos. Casos emblemáticos foram os jornalistas Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna, que eram da Globo e ambos relataram a manipulação grosseira durante as eleições presidenciais onde Lula foi eleito e reeleito.
A rede Record, em virtude da concorrência direta com a Globo, acabou absorvendo parte desses jornalistas e acabou saindo um pouco do pensamento único ainda vigente na grande imprensa já citada. A associação da Record com a igreja Universal é ultrajante, ainda mais tendo como líder uma figura como Edir Macedo, mas os donos desses outros veículos de comunicação não perdem nada para ele. Roberto Marinho, por exemplo, foi ligado, apoiou e se beneficiou enormemente com os ditadores brasileiros durante o regime militar. Então, quando essas duas emissoras brigam fazendo reportagens negativas uma sobre a outra é bom para a democracia.
A Record ainda não é exemplo de jornalismo, mas consegue se sobressair em reportagens sobre a política, onde quebra um pouco o anti-petismo propagado pelo resto da grande imprensa. Mas ainda faz parte do pensamento único sobre as questões sociais, por exemplo, como a ojeriza que todos os grandes veículos de comunicação possuem em relação aos movimentos sociais, principalmente contra o MST. A emissora também é usada para fins pessoais como o ataque sistemático à um pastor que é concorrente e ex-braço direito do dono da emissora.
A Globo já é a emissora que detém o monopólio da “verdade”, a qual é a que “embasa” esse pensamento único. Este possui as seguintes diretrizes:
- anti-povo (onde a opinião realmente ouvida é da classe dominante)
- anti-petista (o que demonstra o seu total partidarismo)
- anti-trabalhista (onde a emissora se torna porta-voz de bancos e empresários)
- anti-movimentos sociais (fica sempre ao lado de latifundiários, ruralistas e coronéis)
- anti-integração dos países em desenvolvimento e pobres ( que demonstra total subserviência aos ditames dos países mais ricos).
Tudo isso é seguido também pelos outros veículos de comunicação e quem não reza essa cartilha não tem espaço nestes. Suas reportagens sempre vão seguir isso e formarão a opinião dos mais ingênuos que acreditam piamente, mesmo sempre vendo e ouvindo só um lado da notícia.
Vale lembrar um exemplo de manipulação feito pela emissora Bandeirantes sobre as mudanças no Código Florestal. As reportagens da emissora sobre o assunto sempre são favoráveis aos interesses dos ruralistas, onde nunca o outro lado é ouvido. O que pode explicar isso é que o dono da Band, João Jorge Saad, possui terras e é ligado aos ruralistas.
O que já era ruim na programação da TV aberta está ficando pior com a infestação de canais religiosos e compra de parte da programação das emissoras por grupos religiosos.
As emissoras públicas no Brasil deveriam cumprir um papel melhor e mais abrangente, mas também muitas vezes acabam sofrendo intervenção política direta. Quando o governo Lula criou a TV Brasil, a chiadeira dessa grande imprensa foi geral. Partiram para o ataque dizendo que iria ser emissora do governo manipulando para favorecê-lo, desancaram os jornalistas contratados e até hoje exigem a sua extinção, pois não vêem necessidade de uma emissora pública em nível nacional. Em todo esse tempo não vi nada na TV Brasil que lembrasse esses falsos argumentos ditos por esta imprensa. Aliás, interferência política e manipulação favorável ao governo ocorrem na emissora TV Cultura que é vinculada diretamente ao governo estadual de São Paulo, o qual é governado pelo PSDB há 18 anos. Um exemplo foi quando o jornalista Heródoto Barbeiro foi afastado depois que questionou José Serra no programa Roda Viva, quando ele ainda era governador de São Paulo. Agora, os grupos Folha, Estado e Abril foram gentilmente convidados pela TV Cultura para ter espaço na emissora em horário nobre. A Folha já está com uma grade na TV Cultura e incoerentemente é uma das maiores críticas da TV pública no país.
Portanto, no caso das emissoras de TV comerciais a manipulação para favorecer interesses de grupos políticos, empresariais e religiosos é notável. A constituição deveria ser cumprida nesses casos, onde a transmissão é uma concessão pública e estes deveriam seguir regras constitucionais, mas isso não ocorre. Já as emissoras públicas devem ser transparentes e garantir a independência jornalística e buscar favorecer o interesse público para se contrapor aos interesses puramente comerciais das outras emissoras.



OBS: Não agüento mais ver e ouvir falar a mesma coisa os comentaristas dos telejornais da Globo, Bandeirantes e SBT. Casoy, Jabor, Neumane Pinto, Merval Pereira, todos possuem a mesma opinião.

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2.5.12

2012, voltei!!

Sei que não possuo muitos leitores aqui no blog, pois infelizmente, não escrevo com muita frequência. Mas agora estou voltando aos poucos à ativa, pois tem muito assunto pra discutir. Nesse tempo, algumas coisas mudaram, mas a maioria continua do mesmo jeito. A situação dos professores no Brasil, em geral, continua péssima com baixos salários não só no público, mas também em muitas escolas particulares. A educação não é levada a sério no país, nem pelos governos (todos, federal, estadual e municipal), nem pela maioria dos empresários que lucram com a educação no país. Todos acham que professor tem que trabalhar somente por amor e que salário baixo é normal para a profissão. Assim continuaremos com o exodo de professores, principalmente da educação básica, onde o desgaste é muito para se ganhar muito pouco. Bom, esse é um tema a ser tratado mais vezes aqui no blog, pois faço parte disso, mas há outros que estão fervendo por ai, os quais pretendo meter o bedelho e opinar. Código (DES)Florestal, revelações bandidas da imprensa brasileira com o crime (o que não é surpresa)com a mesma partidarização de sempre, reestatizações em outros países e repercussões, criminalização de movimentos sociais e populações pobres dentre outros assuntos pretendo abordar com mais rapidez aqui nesse espaço independente. A situação política regional também pretendo abordar mais vezes, pois esse ano é eleitoral e o prefeito aqui está meio perdido, pois quer fazer o sucessor para continuar sua "politica do asfalto". É isso!

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