2.6.10

Israel é um estado terrorista


O Governo de Israel mais uma vez mostra ao mundo que sua política de aniquilamento da população palestina de Gaza vai ser feita a qualquer custo. Já custaram e ainda custarão milhares de vidas inocentes e para isso não pouparão ninguém. O recente episódio em que as forças armadas israelenses atacaram e mataram 9 pessoas que eram ativistas levando ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, exemplifica isso. As embarcações estavam em águas internacionais e mesmo assim foram atacadas pelos israelenses. O governo de Israel tentou argumentar e enganar a opinião pública dizendo que o grupo de ativistas atacou os soldados, o que não é verdade. Mostraram imagens onde depois que os soldados invadem os barcos, eles são rechaçados pelos ocupantes da frota com bastões e a força física. Mas isso é uma reação que não permite eles atirarem para matar indiscriminadamente como ocorreu. Nada justifica esses assassinatos, pois não era uma frota militar nem terrorista e não possuíam nenhum tipo de armas. Estavam levando toneladas de suprimentos e materiais para os palestinos que estão há quase 3 anos cercados por Israel e Egito. No áudio abaixo, reproduzo entrevista da ativista e cineasta brasileira Iara Lee que estava a bordo do navio quando foi atacado. Ela diz que eles queriam que ela assinasse um documento dizendo que ela era terrorista para poder liberá-la. Ouçam:

Em 2007 Israel atacou Gaza indiscriminadamente e matou centenas de civis palestinos e chegaram a bombardear até hospitais. Nessa empreitada sangrenta, a entrada de ajuda médica internacional as vítimas eram impedidas e não foi permitida a entrada da imprensa internacional nos territórios palestinos, o que ficou evidente que não queriam que a carnificina fosse mostrada ao mundo. Mesmo assim, o episódio causou repúdio internacional e houve condenações de diversos países como a Inglaterra e Brasil e também a ONU. Israel simplesmente ignorou tudo isso e impôs um bloqueio a toda a população de Gaza, o que configura como punição coletiva. Gaza virou quase que um campo de concentração, onde Israel controla tudo o que entra e sai e só permite que 20% de toda a ajuda enviada possam entrar lá. O país sionista tentou justificar essas medidas para punir o grupo político que venceu as eleições palestinas, o Hamas. O governo israelense não dialoga com o grupo, pois diz que eles não reconhecem o estado judeu, mas ao mesmo tempo não deixam os palestinos terem um estado para eles. Aliás, se depender do atual governo de Israel, que é de extrema-direita, os palestinos nunca terão direito a um estado nacional. O primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, e seu ministro de relações exteriores, Avigdor Lieberman, são verdadeiros extremistas judeus que são adeptos do projeto chamado “Grande Israel”. Esse projeto consiste na expulsão de todos os árabes e palestinos de Israel, Faixa de Gaza e Cisjordânia, anexando de vez esses dois últimos territórios onde só irá morar judeu. É um projeto racista mesmo e está sendo implementado aos poucos com as construções ilegais de assentamentos em territórios palestinos e com o muro, também ilegal, asfixiando os palestinos tanto da Cisjordânia quanto de Gaza. Esse muro é uma vergonha para o mundo, pois segrega os palestinos e rouba as terras destes criando de vez um apartheid em pleno século XXI. Ano passado comemorou-se a queda do muro de Berlim, mas se esquecem, ou melhor, fecham os olhos para o muro da vergonha israelense que está sendo erguido.
Essa ação dos ativistas das flotilhas trouxe a tona o que o bloqueio israelense à Gaza causa na vida dos palestinos. Antes desse bloqueio a vida dos palestinos já era difícil e ficou pior. Para quase todo habitante de Israel e principalmente o seu governo, todos os palestinos são terroristas até que provem o contrário. Isso faz com que a hostilidade dos dois lados só aumente, mas o lado mais forte - que é o de Israel - acaba impondo e oprimindo o outro lado. Israel pratica há muito tempo diversos crimes de guerra, crimes contra a humanidade e desrespeita os direitos humanos nos territórios palestinos. Ações que viraram cotidiano na vida da maioria dos palestinos incluem:
- prisões sem acusações formais, as quais são levadas e presas até crianças;
- destruição de casas de supostos parentes de militantes que cometem atos terroristas ou que Israel simplesmente acusa que é terrorista;
- é imposto toque de recolher a qualquer hora, sob penalização de prisão e morte aos que tiverem fora de suas casas;
- fechamento de escolas e universidades ao "bel-prazer" dos israelenses;
- fornecimento de água tratada é sempre cortado;
- humilhação nos postos de controle israelenses, os quais são monitorados por jovens militares que decidem se deixam ou não os palestinos entrarem ou passarem de acordo com o humor deles;
Ou seja, é quase uma ditadura imposta por Israel aos palestinos,agora pior na faixa de Gaza. Infelizmente quem é o entrave as tentativas de acordos de paz na região é Israel, pois eles assassinaram o primeiro-ministro Itzhak Rabin e sepultaram o acordo de Camp David, o qual seria o único caminho para uma solução na região. De lá para cá, os eleitores de Israel foram elegendo candidatos cada vez mais a direita e racistas, tanto que chegou ao que se tem hoje, o governo mais terrorista que o país já teve.
O aliado incondicional, EUA, sempre relativiza e apóia as ações truculentas e terroristas de Israel, pois o país é estratégico na região. Com isso tentam impor ao mundo uma versão falsa e mentirosa dos fatos. Invertem o jogo geo-político a favor deles e posam de vítimas. Quem os critica já é tachado de anti-semita, anti-americano e terrorista, pois para estes criticar as ações de seus governos é criticar toda a população de seus países. Boa parte da imprensa internacional, inclusive a brasileira, compra essa mentira e desvia o foco dos reais problemas e interesses na região.
Gostaria de ver a reação dos EUA e dos que apóiam Israel se o assassinato dos ativistas tivesse sido feito pelo Irã. Com certeza os EUA, Israel e União Européia iriam imediatamente condenar as ações e aprovar de imediato sanções contra o país e não fazer como estão fazendo agora, pedindo calma e investigações. Israel merece punições mais duras e eficazes da comunidade internacional e a atitude do governo brasileiro é correta em repudiar mais um ato terrorista de Israel.
Quem tem senso de humanidade e solidariedade com os verdadeiros oprimidos não fica do lado de Israel, mas sim dos palestinos e dos judeus e israelenses, mesmo que estes sejam poucos, que lutam pela paz.
Abaixo termino com alguns vídeos que mostram a real situação palestina e o terror israelense contra eles.










E para quem quer assistir a um documentário completo sobre a causa Palestina, assita "Occupation 101" que pode ser visto aqui.
OBS: As charges são do excelente cartunista Latuff

Share/Bookmark

Um comentário:

Mauricio Lovadini disse...

Beto, muito bom o texto, o que nos resta é mediante as palavras expressar a nossa indignação aos ataques sionista e imperialistas, que agem com barbáries em diversos pontos do mundo.
Um abraço
Mauricio