Olhando a foto dá pra ver a mentira da polícia. Assim também mentiu o governo tucano dizendo que só havia 1% dos docentes parados, pois só no dia dessa manifestação havia no mínimo 25% da categoria parada. É só saber fazer conta, pois arredondando o número de docentes para 200 mil, o 1% alegado pelo governo seriam 2 mil professores, ou seja, até a conta mentirosa da PM desmente esse 1% alegado pelo Serra. Outra, a PM e o governo de São Paulo alegaram que a repressão do dia 26/03/10 teve que ser feita devido a uma lei (típica de regimes ditatoriais) que proíbe manifestações na frente do Palácio dos Bandeirantes. Aliás, essa lei foi procurada pelo professor David, o qual relata em seu blog que não conseguiu achar a tal Resolução 141 de 20/10/1987. Estranho né? Já que essa lei é de 1987, então o que vale é a Constituição Federal de 1988. No artigo 5º da Constituição de 1988 diz: "XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;" . Outra, área de segurança não proíbe automaticamente manifestações pacíficas e como diz a lei federal, é só avisar as autoridades antes (o que foi feito) e o governo não tem o poder de autorizar ou não. Incrivelmente uma semana depois na despedida do Serra, o PSDB organizou uma festa e levou algumas centenas de “militantes” na frente do Palácio. Ainda instalaram dois telões para transmitir o seu discurso eleitoral e depois Serra foi para fora do prédio saúda-los. Por que a lei não foi aplicada pela polícia nesse caso? Quer dizer, quando é a favor pode.
Nesse mesmo dia da despedida do ex-governador, houve mais uma manifestação de professores na Paulista e a polícia mais uma vez tentou esvazia-la. Dessa vez, eles não deixaram o caminhão do sindicato chegar na avenida Paulista, pois ameaçaram o motorista de levar 17 multas. Mais uma prova de pura perseguição do governo Serra revelando o seu perfil autoritário e anti-democratico.
Tudo isso que foi relatado, não ganhou manchetes e indignações da grande imprensa brasileira, ou melhor, das Organizações Serra de Jornalismo. Imagino que se tudo isso tivesse acontecido na Venezuela contra o Chávez ou contra o Lula, ai sim a mídia alardearia para todos que essas ações do governo contra os professores seriam típico de um regime ditatorial.
Pra quem não conhece a situação da educação e acredita na propaganda mentirosa do governo estadual (aquela dos dois professores por sala!) também é iludido pela manipulação da imprensa contra os professores. Somos tachados de baderneiros, por exemplo, como fez o membro do conselho editorial do jornal Folha de S.Paulo e puxa-saco do Serra, Gilberto Dimenstein. Esse sujeito sem vergonha ganhou de 2006 até hoje a quantia de R$ 3.725.222,74 da prefeitura de São Paulo (Kassab) e do governo estadual paulista (Serra). Incrivelmente essa montanha de dinheiro público para o bolso desse cidadão, foi desembolsada devido à “projetos educacionais” dos governos com a sua organização chamada Associação Cidade Escola Aprendiz e foi descoberto pelo excelente blog NaMaria News. Por isso que o nobre “educador” escreve artigos parabenizando o governador e chamando os professores de baderneiros. Os xingamentos e generalizações a categoria é ainda pior no jornalismo de esgoto como a revista Veja e seus articulistas/blogueiros que são os assessores de imprensa do Serra e de seu partido. Para esses e seus seguidores (os ratos de esgoto) nós somos retratados como pessoas perigosas, sindicalistas e adjetivos chulos que não valem a pena repetir aqui. O que eles não sabem é que a maioria dos docentes que estavam nas manifestações representa o perfil médio da categoria, ou seja, eram mulheres de meia-idade, cansadas de anos de salário baixo e condições precárias de trabalho. Essas fotos abaixo ilustram os professores “baderneiros” e “perigosos” que oferecem tanto perigo para os fortes esquemas de segurança montados durante as assembléias e a repressão policial.
Vejam que são pessoas que representam séria ameaça à ordem e a segurança pública do estado. São essas pessoas que o Serra disse que não se reunia pessoalmente, pois fazem parte de uma categoria de trabalhadores “mal vistos pela sociedade”. São essas pessoas que o ex-governador prefere mandar a polícia jogar bombas a recebê-las para negociar. Os fascínoras de plantão que adoram ver tudo isso e acha normal e ainda pede punições contra os grevistas podem ficar mais felizes, pois o governo tucano já toma as atitudes ditatoriais que estes gostam e almejam em um governo. Infiltrar agentes em movimentos sociais e grevistas, prender pessoas que protestam democraticamente em eventos públicos (como fizeram com 4 professores em Franco da Rocha), usar a pura repressão contra passeatas perto da sede de governo, mentir e ocultar tudo isso com o apoio da grande imprensa são típicos de governos tucanos. A charge abaixo é para finalizar, pois exemplifica muito bem como Serra e seu partido tratam a educação.
PS 2: Esse artigo foi publicado no Jornal A Tribuna Piracicabana. Agradeço enormemente o Erich.◦
Um comentário:
Muito bom o texto. Em outras palavras, relata o sentimento de revolta de todos aqueles que ainda não abaixaram a cabeça e caminham rumo ao combate, à luta, por uma educação de qualidade. Beto, valeu pelo empenho e estamos aí. abraços, Washington.
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