A imprensa brasileira tem como novo Fidel Castro a ser demonizado o presidente venezuelano Hugo Chàvez. Embora tenha perfil autoritário, não é um ditador, mas isso não importa, pois o que importa é jogar essa pecha nele. Aqui no Brasil, as manifestações de estudantes sempre são criticadas e rechaçadas pela imprensa, ainda mais se for contra o candidato deles que é o José Serra. Na Venezuela ou na Bolívia eles são as vítimas, pois lutam pela “democracia”. Qualquer país que se aproxime da Venezuela o faz por motivos “ideológicos” segunda a nossa mídia. Frequentemente a grande imprensa bate forte na política externa do governo dizendo que é guiada por ideologias. Nada a ver, pois quem é ideológico é a imprensa, pois se um país não aceita ter relações diplomáticas e econômicas com a Venezuela, por causa das idéias do seu presidente, isso sim é ser ideológico.
Aliás, Hugo Chávez virou o falso pretexto perfeito para a direita latino-americana ressuscitar o medo do socialismo, agora bolivariano. Com isso estão tentando “justificar” o golpe militar em Honduras e agora recentemente a instalação de bases norte-americanas na Colômbia. Nesse caso, Álvaro Uribe é o presidente predileto e modelo da nossa imprensa, mesmo ele tendo relações muito amistosas com narcotraficantes e paramilitares. A guerra às drogas implantada pelos EUA através de bilhões de dólares destinados principalmente à Colômbia se mostrou ineficaz e falsa, pois tanto a produção quanto o consumo de entorpecente cresceu no mundo. Um exemplo grotesco desse jornalismo engajado ideológicamente daqui foi quando vi Boris Casoy, em mais um de seus comentários reacionários, dizer que a instalação de bases militares dos EUA na Colômbia era justificada devido a “ameaça chavista”. A mídia fica alardeando sobre as compras de armamentos do governo venezuelano, mas se esquece que os países que mais gastam com exército na América Latina são Brasil e Colômbia. Alguns até recuperam os clichês da Guerra Fria dizendo que o perigo é que Chàvez está se aproximando dos russos. Como se vê a paranóia anti-esquerdista ainda esta viva na América Latina, pelo menos nos grandes meios de comunicação.
OBS: Esse artigo foi publicado no site do Observatório da Imprensa nesse endereço:
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=550FDS014◦
2 comentários:
Se o Serra ganhar o ano que vem o cerco irá se fechar contra Chaves, e de quebra ainda tem a direita Argentina que vem ganhando força, este panorama está lembrando muito a guerra do Paraguai no século XIX, um presidente nacionalista querendo desafiar o Império, só que desta vez é na Venezuela, e o Brasil é o file da balança, no século XIX era Argentina, quando esta passou para o lado do Império a guerra estourou, dessa vez é o Brasil. É só pesquisar...
fiel da balança
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