O candidato tucano José Serra agora esta tentando já causar incidentes diplomáticos desnecessários com a acusação estapafúrdia de que o governo boliviano é conivente com o tráfico de drogas. A sorte dele é que a grande imprensa brasileira, ou melhor, o PIG esta trabalhando a todo vapor na sua campanha eleitoral. Para isso, além das costumeiras manipulações e ausências de críticas ao candidato tucano, eles se especializaram em tentar reverberar ao máximo as suas declarações para manter na pauta do dia. Foi só ele acusar o governo da Bolívia - que é governado pelo segundo presidente mais odiado pelo PIG , o Evo Morales – que já o apoiaram e começaram ilações delirantes sobre isso. O pior é que Serra elogiou a Colômbia no combate as drogas, mostrando que o candidato está disposto a organizar uma frente de direita e novamente subserviente aos EUA no continente. O ex-desgovernador de São Paulo se esquece que mais de 80% da cocaína consumida no mundo vêm da Colômbia e que a parceria com os EUA para combater as drogas não teve nenhuma eficácia. Aliás, o Plano Colômbia é cortina de fumaça para interesses maiores dos EUA que estão se concretizando ao implantar de vez bases militares no país. Usam a justificativa mentirosa de que irão combater o narcotráfico e as guerrilhas, mas isso não ocorreu depois de bilhões de dólares despejados esses anos com o fracassado Plano Colômbia. A política de war on drugs que vem desde o presidente Reagan é uma política de intervenção interna e política nos países associados. O presidente colombiano, Álvaro Uribe, tem ligações antigas com os paramilitares e narcotraficantes, inclusive foi revelado que o irmão dele esta envolvido até hoje com isso. Vale lembrar que boa parte da base de governo de Uribe é ligada ao narcotráfico internacional e que não é só as Farc que atuam nesse ramo. E o PIG faz vista grossa pra isso e tenta jogar a pecha de traficante a Evo Morales, devido a ele ser considerado cocalero, que é tradicional na Bolívia. José Serra é hipócrita e a imprensa mais sem-vergonha ainda em não mostrar que aqui no estado de São Paulo o tráfico de drogas está ligado pela corrupção dos departamentos policiais paulistas. Alguém se lembra do milionário traficante colombiano Abadia preso pela polícia federal? Ele revelou parte dessa corrupção com o Denarc e mostra como que Serra e seu partido não levam a sério esse tema. Faz 16 anos que estão no poder no estado e agora vem falar até de criar um tal “ministério da segurança”? Muita cara de pau desses tucanos, pois além de tudo são incompetentes como na vez que anunciaram o fim do PCC e pouco depois o grupo criminoso perpetrou terror no estado todo. O telhado dos tucanos no estado já está quebrado faz tempo e estão tendo que procurar outros temas para o PIG transformar em novos factóides e fazer a pauta do dia pra eles. Abaixo reproduzo um vídeo sobre a incoerência da propaganda enganosa e mentirosa de José Serra.
Após o ataque terrorista do governo fascista-sionista de Israel contra a flotilha de ativistas, a guerra de informações e contra-informações começou. A começar pelo número de ativistas assassinados, pois Israel diz que foram 9 e os ativistas dizem que foi pelo menos o dobro disso. O governo israelense tentou manipular a opinião pública mundial divulgando imagens de alguns ativistas recebendo os soldados israelenses com bastões de ferro e até facas. Ora, como esperavam que fossem recebidos soldados fortemente armados que estavam invadindo os barcos, sendo que estes estavam ainda em águas internacionais? Com abraços e flores? Na verdade a atitude dos ativistas foi de reação, mas não se compara bastões e algumas facas com metralhadoras de última geração. Não se pode, com base nisso, dizer que a flotilha estava “armada” e assassinar dezenas de pessoas e ainda tacha-los de terroristas. Pois bem, o episódio trágico rendeu críticas inéditas da imprensa israelense, a qual geralmente apóia o governo nas ações militares. Mas nem toda mídia israelense aderiu a isso lógicamente, mas alguns extrapolaram e satirizaram o episódio. É o caso do site de humor israelense Latma TV, o mesmo que fez outro vídeo tirando sarro do presidente Lula sobre o acordo nuclear com o Irã. O vídeo pode ser visto abaixo e mostra para aqueles que acharam que o Lula “pagou mico” em Israel, a verdadeira face truculenta, autoritária e desrespeitosa dos tais “humoristas”.
O video ainda foi despachado pelo próprio gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para uma lista de jornalistas. Mais tarde, foi revelado pelo jornal norte-americano The New York Times que o site é comandado por Caroline Glick. Ela já foi consultora do premiê Netanyahu e serviu por 5 anos nas forças de defesa de Israel, ou seja, é um site para reverberar e apoiar estritamente todas as ações do governo israelense através de um humor preconceituoso e racista. É quase que um humor oficial, pois no vídeo eles mostram as tais imagens que o governo israelense tentou justificar o injustificável. Vale lembrar que dentre os ativistas pelo fim do bloqueio a Gaza há personalidades como a ganhadora do prêmio Nobel da Paz , Mairead Maguire e a ativista judia, Hedy Epstein. A primeira estava no navio irlandês chamado Rachel Corrie, que não pôde acompanhar a flotilha atacada por problemas mecânicos. O nome desse navio é em homenagem a norte-americana Rachel Corrie, de 23 anos, que foi morta em 2003 em Gaza ao tentar impedir uma escavadeira israelense de destruir a casa de uma palestina. Já a ativista judia, tem 85 anos e fugiu da Alemanha Nazista, mas seus pais morreram em Auschwitz. Ela é a favor da causa palestina e pretende embarcar em outro barco para tentar chegar a Gaza. A entrevista dela à BBC Brasil pode ser conferida aqui. Desde o começo da implantação do estado de Israel, o sionismo foi bom para os judeus, mas péssimo para os palestinos. Milhares de palestinos foram expulsos, perseguidos e assassinados pelas forças sionistas, o que ajudou a intensificar o ódio dos palestinos contra Israel. Uma análise mais profunda sobre essa questão, sugiro o texto do meu amigo, professor de relações internacionais da Facamp, Thomas de Toledo, que pode ser lido aqui. Enfim, o mundo todo sabe que o bloqueio imposto à Gaza por Israel é criminoso e não visa enfraquecer o Hamas, mas sim punir coletivamente 1,5 milhão de palestinos confinados naquele território. Isso fortalece mais ainda o Hamas, pois a população de Gaza vai apoiar aqueles que de uma forma ou de outra oferece mais resistência as investidas violentas israelenses. O mundo precisa ver que esse bloqueio é a implantação de vez de um apartheid palestino. Sobre isso, reproduzo abaixo o texto do jornalista Renato Rovai sobre as semelhanças entre a situação de Gaza e o apartheid sul-africano.
“Palestinos de hoje são os negros sul-africanos de ontem
Ao assitir agora há pouco na Globonews o primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu visitando militares supostamente feridos no ataque que realizaram à flotilha humanitária, recordei-me de Peter Botha, um dos maiores assassinos do regime do apartheid. E passei a ter mais certeza de que a ação de Israel contra a flotilha de ação humanitária em águas internacionais não está recebendo reação proporcional ao tamanho do crime cometido. Principalmente pelo governo dos EUA e pelos principais governos da comunidade européia. Não é hora de pedir investigação. É o momento de impor duras sanções a Israel pelos crimes de lesa humanidade que tem praticado. O que Israel tem feito contra palestinos muito se assemelha ao apartheid na África do Sul. No país sede da Copa também havia controle de entrada e saída de negros nos territórios ocupados por brancos. Da mesma forma que acontece hoje na Faixa de Gaza e nos territórios palestinos. Onde milhares de pessoas ficam confinadas e não podem sair mesmo necessitando de socorro médico. O que motivou a flotilha de ação humanitária. O governo de Israel, aliás, utiliza método muito semelhante ao dos racistas do apartheid também em relação à divisão do território. Israel permite aos palestinos viver em algo como os bantustões. Na África do Sul os bantustões não tinham relação um com outro, eram ilhotas. Como também o são os territórios palestinos.
É importante registrar que para que o apartheid terminasse foi importantíssima a condenação de toda a comunidade internacional ao regime racista. Mais do que isso, foi fundamental que essa condenação resultasse em um bloqueio comercial em que até investidores foram constrangidos a não aportar recursos em empresas da África do Sul ou em companhias que fizessem negócios com aquele governo. Também não é demais lembrar que até a restrição a participação de equipes esportivas da África do Sul em competições internacionais contribuiu para o fim do apartheid. No momento em que todos os olhares do mundo se dirigem à África do Sul por conta da Copa do Mundo é o momento de lembrar que os palestinos de hoje são os negros que viveram de 1948 a 1994 no país de Mandela. E que as medidas contra o goveno Israel precisam ser da dimensão das que foram contra Peter Botha e outros gangsters do apartheid.”
◦
Em Israel, o assassinato de ativistas é motivo de piada
O Governo de Israel mais uma vez mostra ao mundo que sua política de aniquilamento da população palestina de Gaza vai ser feita a qualquer custo. Já custaram e ainda custarão milhares de vidas inocentes e para isso não pouparão ninguém. O recente episódio em que as forças armadas israelenses atacaram e mataram 9 pessoas que eram ativistas levando ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, exemplifica isso. As embarcações estavam em águas internacionais e mesmo assim foram atacadas pelos israelenses. O governo de Israel tentou argumentar e enganar a opinião pública dizendo que o grupo de ativistas atacou os soldados, o que não é verdade. Mostraram imagens onde depois que os soldados invadem os barcos, eles são rechaçados pelos ocupantes da frota com bastões e a força física. Mas isso é uma reação que não permite eles atirarem para matar indiscriminadamente como ocorreu. Nada justifica esses assassinatos, pois não era uma frota militar nem terrorista e não possuíam nenhum tipo de armas. Estavam levando toneladas de suprimentos e materiais para os palestinos que estão há quase 3 anos cercados por Israel e Egito. No áudio abaixo, reproduzo entrevista da ativista e cineasta brasileira Iara Lee que estava a bordo do navio quando foi atacado. Ela diz que eles queriam que ela assinasse um documento dizendo que ela era terrorista para poder liberá-la. Ouçam:
OBS: As charges são do excelente cartunista Latuff
Em 2009, o cineasta norte-americano Oliver Stone lançou um documentário chamado “South of the Border” e gerou polêmica nos EUA. Este documentário mostra os presidentes latino-americanos que ascenderam ao poder democraticamente e que estão fora daquela velha zona de influência dos EUA, como foram todas as ditaduras na região. O documentário mostra que esses líderes são humanos e estão no poder democraticamente, pois foram eleitos e reeleitos demonstrando a aprovação da maioria sobre seus governos. O documentário desfaz mitos perpetrados pela mídia norte-americana que passou a demonizar Hugo Chávez, o que foi seguido pelo resto da grande imprensa latino-americana, principalmente o PIG. O trabalho do cineasta compara e mostra a manipulação grotesca feita pela imprensa norte-americana em torno da maioria desses líderes, principalmente Chávez. O ator Sean Penn já havia feito algo semelhante em 2008, quando foi pessoalmente a Venezuela e Cuba para ver o que realmente acontece nesses países. Ele também entrevistou Chávez e Raúl Castro e teve uma outra percepção da realidade que estes países vivem com a interferência constante dos EUA em seus assuntos internos. No final da entrevista ele escreveu:
“a maior parte das questões básicas sobre soberania nos permitem entender o antagonismo norte-americano contra Cuba e Venezuela, assim como contra as políticas desses países. Eles sempre tiveram só duas escolhas: serem imperfeitamente nossos ou imperfeitamente deles mesmos”
Essas conversas foram escritas em artigos para a revista The Nation, os quais foram traduzidas pela Agência Carta Maior aqui. Antes de reproduzir a entrevista que Stone deu para o jornal Folha de S.Paulo, destaco esse trecho:
“O presidente Hugo Chávez tenta controlar a mídia na Venezuela… [Interrompendo] Não mesmo. 80% da mídia na Venezuela é privada, dirigida por ricos que falam mal do governo. Chávez brigou pela liberdade de expressão. Alguns canais e revistas convocaram greves e chamaram as pessoas para um golpe de Estado em 2002. Em meu país, se você fizer isso, sua licença [de TV] será retirada.”
É o que eu sempre disse, se uma rede de TV nos EUA fizesse o que fez a RCTV na Venezuela, a licença não seria só retirada, mas a emissora seria bombardeada pelo governo Bush na época. Confiram a entrevista do cineasta, a qual foi retirada do Blog Cidadania do Eduardo Guimarães.
FOLHA DE SÃO PAULO – 27/05/2010
OLIVER STONE DIZ QUE LULA NÃO DEVE CONFIAR EM ELOGIOS DE OBAMA O cineasta americano Oliver Stone (“Platoon”, “JFK”, entre outros) chega ao Brasil na segunda, 31, para lançar “Ao Sul da Fronteira”, documentário sobre sete presidentes da América Latina – com destaque para o venezuelano Hugo Chávez, de quem é admirador. Por telefone, de seu escritório, em Los Angeles, Stone falou à coluna: Folha – Como é Chávez? Oliver Stone – Ele é muito acolhedor e amoroso. As notícias sobre ele nos EUA têm sido muito negativas, porque ele mudou as regras. Fez coisas que nenhum outro, exceto Fidel] Castro, havia feito. Ele tem feito coisas novas, assim como Nestor Kirchner na Argentina e Lula no Brasil. Como Cristina Kierchner diz no filme, as pessoas que estão no poder na América do Sul têm o semblante do povo que as elegeu. Hugo Chávez é um soldado e obviamente tem algumas das faolhas de um soldado. Lula é um sindicalista e tem algumas das falhas de um sindicalista. Mas ambos representam uma grande mudança. E eu espero que dê certo. Porque é o desejo de controlar o seu próprio destino, de ser levado a sério, de não ser ignorado. O filme é pró-Chávez? Não é pró-Chávez. Apenas mostra honestamente o que ele está fazendo e o que estão dizendo sobre ele. Não é um documentário longo que vai defender tudo, é uma “roadtrip”. Se fosse pró-Chávez, ele teria três horas a mais. O presidente Hugo Chávez tenta controlar a mídia na Venezuela… [Interrompendo] Não mesmo. 80% da mídia na Venezuela é privada, dirigida por ricos que falam mal do governo. Chávez brigou pela liberdade de expressão. Alguns canais e revistas convocaram greves e chamaram as pessoas para um golpe de Estado em 2002. Em meu país, se você fizer isso, sua licença [de TV] será retirada. Há relatos de jornalistas sobre a pressão do governo. Estou falando do que vi e ouvi. O governo respeita a liberdade de imprensa, exceto nos casos em que a mídia desrespeita a lei ou tenta um golpe. Aí as licenças das empresas de comunicação não são renovadas. A maioria das TVs do país é dirigida por lunáticos, caras de direita que perderam seu poder quando Chávez nacionalizou o petróleo. É uma das imprensas mais histéricas que já vi. O sr. desaprova algo no governo de Chávez? Ele comete erros assim como qualquer outro governo do mundo. Mas 75% votaram nele em 2006. Nos EUA, a votação de Obama não chegou nem perto. Você não tem ideia de quão pobre era a Venezuela antes de Chávez. Parte por causa do neoliberalismo praticado, inclusive, no seu país, o Brasil. Washington e o FMI não têm interesse, de coração, nas pessoas. Chávez, Lula, Kirchner, [o boliviano Evo] Morales têm. E pagam o preço sendo criticados por pessoas que têm dinheiro e controlam a mídia. No filme, Lula diz que só quer ser tratado com igualdade. Ele está sendo? Por quem? Por líderes do mundo. Não. Ele e os outros líderes da América do Sul ainda são ignorados. Eu admiro muito o Lula. Ele fez uma coisa nobre indo ao Irã. Ele está tentando manter a sanidade, manter suas posições. Os americanos e europeus acreditam que podem controlar o mundo. Lula representa uma terceira via, de quem não quer a guerra, um caminho fora dessa loucura. Os EUA costumam dizer que Chávez é a má esquerda e Lula, a boa. Isso é nonsense. Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha. Ele disse que Lula é “o cara”. Eu não confiaria nos EUA. Os americanos sempre jogaram com os brasileiros desde que pudessem controlá-los. Apoiaram o golpe militar no país em 1964. O Brasil sempre esteve no bolso de trás dos EUA, mas agora eles têm que ser mais espertos. Sabem que não podem controlar o Brasil. E Lula é muito importante. Ele se dá com Chávez, com os Kirchner, e com a Colômbia, o Peru e o México, que são aliados dos Estados Unidos. E Obama? Nós estamos tentando. Ele é um homem racional, ético, mas faz parte de um grande sistema. Se ele não estivesse lá, estaria John McCain ou Sarah Palin. Você prefere eles? Eu não. Mas, em relação à América Latina, Obama está jogando o mesmo jogo. A reação americana ao golpe em Honduras foi típica. O sr. vai fazer um documentário sobre o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad? Não estou pensando nisso no momento. Houve um problema de comunicação. Eu quis fazer o filme, e ele [Ahmadinejad] não quis. Quando ele quis, eu estava fazendo o filme “W”, sobre George W. Bush. (LÍGIA MESQUITA)
“Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha.” “A maioria das TVs da Venezuela é dirigida por lunáticos de direita. É uma das imprensas mais histéricas que já vi.” OLIVER STONE